OFICINA DE BONECOS: ESPAÇO PARA DISCUTIR VIOLÊNCIA, FOMENTAR O TRABALHO EM EQUIPE E O COMPARTILHAMENTO DE EXPERIÊNCIAS
Palavras-chave:
Enfermagem. Vivência. Metodologia ativa.Resumo
Introdução: A família é considerada responsável pelo bem estar de todos os seus membros, oferecendo-lhes condições para crescimento, desenvolvimento e bem-estar. A imagem socialmente valorizada de família fortalece a ideia do lar como espaço de amor, afeto, cuidado e proteção, com interações saudáveis, na busca do desenvolvimento do potencial humano. No entanto, nem sempre é assim e quando a família é geradora de agressão, se constitui em ambiente de risco à integridade física, moral e psicológica de seus membros. A violência intrafamiliar é uma das formas mais cruéis de violência, especialmente quando se considera que a família deveria representar e ser um ambiente de segurança para seus membros. Objetivo: Pensando nessas situações, nas tantas formas de violência e sobre os efeitos que têm sobre aqueles que as sofrem é que hoje se emprega a arteterapia em ambientes de ensino, criando clima favorável à exteriorização de sentimentos, ajudando-as a resolver conflitos e problemas, desenvolver habilidades interpessoais, gerenciar comportamentos, reduzir estresse, aumentar a autoestima e a autoconsciência. Metodologia: Tal oportunidade foi criada em um componente curricular do curso de enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul com a realização de uma oficina de confecção de bonecos(as) de pano que favoreceu um espaço sem preconceitos, no qual os participantes puderam reconhecer-se como sujeitos criativos e capazes de adquirir competências psicológicas e culturais. Inicialmente as professoras passaram as orientações sobre a Oficina de bonecos(as) e seus objetivos. Em seguida, disponibilizaram bonecos(as) recortados em tecido e material necessário. Cada estudante escolheu um(a) e foi orientado a costurá-lo(a), enchê-lo(a) com fibra e a criar uma roupa e uma história para ele(a), relacionando-a a sua história pessoal e ao que havia sido estudado sobre violência, cada boneco(a) tornou-se único, conforme a imaginação de seu criador. Resultados/discussões: A oficina de bonecos se mostrou um espaço diferenciado de integração entre os participantes, inicialmente abriu-se espaço para a cooperação, a ajuda mútua, a organização em grupo e a manifestação de características individuais de liderança. Porém, cada um produziu o próprio(a) boneco(a) e quando pronto, já em um clima de integração entre estudantes e professores, cada um compartilhou o significado e a história que atribuiu à sua criação. Cada participante lhe deu um nome e, ao contar a história, falou sobre seus sentimentos com relação ao processo e à sua criação, questões pessoais foram abordadas de forma humana e facilitadas pelo fazer artístico, os participantes se permitiram falar de si próprios e de suas dificuldades por meio do objeto, os bonecos(as) ganharam vida pela voz de seu criador e, ao descrevê-los(as), os estudantes puderam aliviar suas aflições de forma leve, menos angustiante. Conclusão: Acredita-se que essa experiência estimulará novos projetos para buscar integração social e proporcionar, nos serviços, espaços para abordagem de outras questões relacionadas à saúde, com possibilidade de inclusão de diferentes públicos, como pacientes, familiares, grupos de convivência, trabalhadores e outros.
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