DIÁRIO DE LEITURAS: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA FORMAÇÃO DOCENTE

Resumo

Esta comunicação tem por fim apresentar resultados de um estudo que buscou investigar como ocorre a prática docente em um processo de formação inicial, tendo como base dois relatos de experiências de bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, vivenciados em uma escola estadual do município de Cerro Largo – RS, no ensino fundamental, nas séries finais. Para a realização deste estudo, foram utilizados alguns conceitos teóricos tais como a noção de diário de bordo que consiste em uma ferramenta de registro de vivências de práticas pedagógicas que permitam reflexão; a de mundos discursivos como narrar/expor e comentar que indicam momentos do ato de relatar e do ato de comentar mesclados no discurso; e o de autoheterorreferenciação em que aquele que escreve vale-se tanto de um ponto de vista em primeira pessoa (pronomes e verbos em primeira pessoa) quanto um de terceira, usando termos que o nomeiam de forma diferenciada como, por exemplo, professor, docente, pesquisador, mas referindo-se a si mesmo.  Como procedimento de trabalho optou-se por: a) revisar esses conceitos teóricos; b) selecionar relatos registrados em diários de bordo de Pibidianos das Letras; c) analisar marcas linguístico-textuais, que indicavam ações relacionadas ao ensino e aprendizagem durante as aulas; d) e, por fim, organizar os resultados parciais obtidos a partir das análises. Considerando o observado, foi possível constatar que supostamente há pouca reflexão sobre os acontecimentos ocorridos durante a prática em sala de aula. Todavia, se for avaliado que a escrita do relato por si só já é uma forma de refletir sobre a prática, é possível que os conhecimentos adquiridos sejam computados para uma reflexão futura. Logo, concluiu-se que a escrita de experiências em sala de aula é um começo para a reorganização do vivido e para a formação de olhares mais críticos sobre a área de atuação profissional.