EDUCAÇÃO HUMANITÁRIA EM BEM-ESTAR ANIMAL NAS ESCOLAS RURAIS
Palavras-chave:
Ensino fundamental, Sustentabilidade, Proteção animal.Resumo
A educação humanitária visa à construção de um conhecimento que incentiva as práticas de cidadania, autonomia e ética, através da realização de projetos que integram os conhecimentos escolares e a realidade ambiental, buscando uma mudança comportamental transformadora e visando melhorar o tratamento dado aos animais. Para tanto, a educação é instrumento imprescindível, em especial para as crianças, que em breve estarão tomando decisões, e urge tornar essa geração mais crítica e compassiva. Para desenvolver a educação humanitária se precisa de metodologias participativas, voltadas para a problematização dos diferentes sentidos, interesses e forças sociais que se organizam em torno de questões como o bem-estar animal (BEA). A educação humanitária vem nesse contexto como um processo de mediação educativa para trabalhar com crianças e jovens rurais, abrindo espaços para mudanças e transformações decorrentes do diálogo, da troca de saberes, ao mesmo tempo em que proporciona aos universitários, experiências únicas que constituem um itinerário formativo nos caminhos da extensão. Este projeto objetivou divulgar os princípios da educação humanitária em BEA nas escolas da área rural de Realeza. Trabalhou-se com 85 crianças entre quatro e 10 anos de idade, do jardim ao quinto ano. As atividades foram realizadas em quatro etapas. Na primeira etapa foi feito o levantamento e seleção das escolas rurais e apresentado o projeto de extensão para a direção das escolas e professores regentes das turmas. Na segunda etapa, buscou-se sensificar a comunidade escolar para formar uma cultura socioambiental pela qual fossem desenvolvidos valores humanitários, para promoção de atitudes voltadas ao respeito a todas as formas de vida. Para tanto, foi realizada a sensibilização dos professores e alunos para o tema, apresentando os conceitos fundamentais do BEA, para aprimorar a habilidade de reconhecer situações de rotina de manejo animal quanto ao nível de bem-estar; e realizada uma roda de conversa, na qual foram registradas por escrito as memórias dos alunos. Na terceira etapa, as metas visaram discutir e caracterizar as relações humanas com os animais, na tentativa de que essas relações se tornem cada vez menos dolorosas para animais e mais esclarecidas para os professores e alunos; apresentar os conceitos de BEA, especialmente das cinco liberdades; subsidiar o debate em educação humanitária e expandir o número de pessoas envolvidas na prática do BEA; proporcionar a inclusão das questões relacionadas à ética animal e despertar a comunidade escolar para uma percepção crítica da interferência humana na natureza. Para atingir tais metas com as crianças, nos encontros foram utilizadas diferentes estratégias para abordagem do tema, como intervenções teatrais, produção de textos coletivos e rodas de conversas. A quarta etapa consistiu na avaliação do projeto pelas professoras participantes. Para os universitários que participaram deste projeto, tais vivências criaram condições favoráveis ao desenvolvimento de um processo de conscientização sobre a proteção dos animais, a sustentabilidade humana e da natureza. Ao educar e ensinar através de ações interdisciplinares, realizando a integração entre a universidade e a comunidade, participaram de um processo de reflexão-ação, com a participação ativa dos sujeitos envolvidos e a valorização do saber local.
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