ESTRATÉGIAS DE MANUTENÇÃO DE LÍNGUAS MINORITÁRIAS NO OESTE CATARINENSE

Autores

  • Ana Elizabeht Fornara Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó
  • Cristiane Horst Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó

Resumo

 

O presente artigo tem por objetivo traçar algumas estratégias que visem à manutenção de línguas minoritárias, autóctones e alóctones, na região Oeste Catarinense. A proposta desse artigo é analisar as informações apresentadas nos sites das prefeituras municipais e no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) referentes às línguas presentes no Oeste de Santa Catarina. Busca-se saber quais são as línguas minoritárias mencionadas na região para poder verificar qual a visibilidade que tais sites dão à presença de outras línguas, além do português brasileiro. Com base no rol de línguas que foram registradas, sejam elas alóctones ou autóctones, mesmo sem uma pesquisa linguística empírica relacionada ao uso real dessas línguas, propõe-se elaborar estratégias que visem à manutenção das línguas minoritárias da região em estudo. O Oeste Catarinense tem em sua história uma diversidade étnica e cultural salientada na presença e na importância das tradições, das crenças e das línguas para os moradores. No entanto, ao longo do tempo, poucos foram os subsídios dados para que essas línguas fossem mantidas, afinal o território brasileiro foi marcado por políticas linguísticas proibitivas e monolingualizadoras. Como resultado, uma grande variedade de línguas minoritárias ainda são estigmatizadas e cada vez mais percebemos a substituição da variante minoritária pela majoritária, visto uma não transmissão de tais línguas para as gerações mais jovens. Inúmeros falantes cuja língua materna é também minoritária não se consideram bilíngues e, muitas vezes, não veem motivos para passar essa língua às outras gerações. Pensando nisso, além de salientar a presença de línguas minoritárias no Oeste Catarinense e a importância dessas línguas para a preservação da identidade étnica local, propõem-se algumas estratégias que auxiliem no processo de revitalização linguística. Desta forma, destacam-se estratégias em família, em comunidade e na escola. As estratégias postas em prática nas escolas correspondem a um caminho mais curto e a uma proposta mais efetiva, afinal reflexão e discussões sobre línguas em sala de aula, ressaltando a importância de toda e qualquer língua; palestras com falantes de línguas minoritárias e com pesquisadores do bilinguismo que possam trazer noções básicas sobre línguas tanto para professores quanto para alunos; e feiras de conhecimento voltadas para as línguas e culturas, principalmente na região de abrangência da escola, são exemplos de estratégias facilmente aplicadas em um contexto de ensino aprendizagem e chegam ao público a quem mais interessa: crianças e jovens.

 

Palavras-chave: Revitalização de línguas minoritárias. Diversidade étnica. Diversidade linguística

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Publicado

23-11-2016

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa