PARTO NORMAL OU CESÁRIA: QUAL A PROPORÇÃO NOS ÚLTIMOS 10 ANOS EM GESTANTES ADOLESCENTES?
Palavras-chave:
Via de Parto, Gravidez na Adolescência, NascimentoResumo
Os partos por cesariana podem influenciar a taxa de mortalidade entre mães e bebes e se agrava na população de mulheres menores de 19 anos. A cesárea é uma cirurgia com todos os riscos de uma intervenção desse tipo e representa uma chance seis vezes maior de a mulher morrer do que com o parto normal. Ainda, a via cirúrgica de parto também aumenta a possibilidade da parturiente contrair uma infecção ou sofrer de hemorragia. Estes fatores repercutem claramente nos índices de mortalidade materna e neonatal no país e contribuem para que essas taxas permaneçam altas, o que é inaceitável diante de todo o conhecimento técnico disponível na área da saúde para prevenir e evitar essas mortes. Com base no exposto, este estudo tem como objetivo identificar a proporção dos nascimentos por via vaginal ou cirúrgica nos últimos 10 anos em gestantes adolescentes nas regiões brasileiras. Trata-se de um estudo ecológico, descritivo, quantitativo elaborado por meio das informações disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), acessadas pelo endereço eletrônico www.datasus.gov.br, entre o período de 2004 a 2014, em âmbito nacional. Foram selecionados esses períodos por se tratar do primeiro e o último ano disponível no sistema, respectivamente. As variáveis estudadas foram: idade materna menor que 19 anos, tipo de parto e local de ocorrência do parto. Nos últimos 10 anos, a proporção de nascimentos no Brasil manteve-se equilibrada entre via de parto normal e cesariano. Ao analisar as proporções de nascimento regiões foi possível identificar que apenas Norte e Nordeste apresentaram proporções superiores de partos vaginais em relação aos nascimentos cirúrgicos em 60,7% (5.605.845) e 58,9% (2.091.820) respectivamente. Enquanto que as proporções de cesarianas foram maiores nas regiões Sudeste (56,7%), seguida das regiões Sul (53,2%) e Centro-Oeste (52,3%). No entanto, quando avaliado as proporções de via de nascimento em mulheres menores de 19 anos identificou-se que em todas as regiões as proporções de parto via vaginal foram superiores em relação ao nascimento cirúrgico, com 18,6% (642.765) na região Norte, 16,1% (536.348) Nordeste, 11,8% (294.937) Centro-Oeste, 10,6% (446.126) Sul e 10,1% (1.273.709) na região Sudeste. Ressalta-se com base nos achados desse estudo que a via de nascimento ainda é discrepante entre as regiões brasileiras, onde maiores proporções de parto natural são encontradas em regiões mais pobres e subdesenvolvidas enquanto que nas regiões de maior poder socioeconômico as proporções de cesariana foram mais evidentes. Quando comparada a proporção de nascimento em adolescentes, novamente as regiões subdesenvolvidas apresentaram maiores índices, no entanto, a proporção de partos normais para esse grupo etário foi superior aos partos cirúrgicos em todas as regiões. Observa-se que o aumento da adoção da cirurgia como via de nascimento no país nos últimos 10 anos está implicitamente associada ao número de cesarianas não indicadas clinicamente, ou seja, desnecessária.
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