MASTECTOMIA RADICAL UNILATERAL COM LINFONODECTOMIA INGUINAL E AXILAR EM CADELA: RELATO DE CASO

Autores

  • Camila Regina de Oliveira Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Elidiane Rusch Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Érico Henrique Pereira de Castro Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Najla Ibrahim Isa Abdel Hali Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Patricia Valandro Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Paloma Tomazi Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Evandro Rodrigues Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Fabiana Elias Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Gabrielle Coelho Freitas Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Gentil Ferreira Gonçalves Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
  • Fabiola Dalmolin Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza

Palavras-chave:

marcação linfática, azul de metileno, linfadenectomia, metástases nodais, neoplasma mamário

Resumo

Neoplasmas mamários são os mais frequentes de cadelas e representam problema de grande impacto na medicina veterinária. O objetivo deste relato é descrever o caso de uma cadela submetida a mastectomia radical unilateral associada a linfonodectomia axilar e inguinal. A paciente de 12 anos de idade, 23 kg, SRD, apresentava aumento de volume nas glândulas mamárias inguinal e abdominal caudal esquerda e abdominal cranial direita. Por meio de punção aspirativa com agulha fina confirmou-se tratar de neoplasma maligno e com auxílio de exames radiográfico e ultrassonográfico, foi realizado estadiamento, sendo classificado clinicamente em estágio II (OMS). A paciente foi encaminhada para remoção cirúrgica de uma cadeia mamária e linfonodos associados. Iniciou-se a cirurgia pela linfonodectomia, após injeção de 1 ml de azul de metileno 1% por via intradérmica na região periareolar da mama torácica cranial. Realizou-se incisão de pele na região axilar, e por elevação dos músculos peitorais, procedeu-se a dissecação cuidadosa dos vasos corados, sendo localizados os linfonodos axilar e axilar acessório, removidos após ligadura do pedículo vascular e linfático com poliglactina 910 2-0 (34 minutos). Procedeu-se a mastectomia radical unilateral pela ligadura dos vasos epigástricos superficiais caudais e craniais com poliglactina 910 2-0. Realizou-se incisão de pele em torno da cadeia mamária e dissecou-se com tesoura até a fáscia muscular, removendo-se toda a cadeia. Juntamente a glândula inguinal, foi removido o linfonodo inguinal, sem dificuldades. Iniciou-se o fechamento da ferida cirúrgica com padrão walking suture e mononáilon 2-0; após aproximação do subcutâneo com zigue-zague e poliglactina 910 2-0, realizou-se dermorrafia com náilon 2-0 e pontos de Wolf (95 minutos). O linfonodo sentinela é considerado primeiro linfonodo dentro de uma rede linfática que drena um tumor primário, e seu exame é realizado a fim de confirmar o estadiamento da doença, para a predição da sobrevida dos pacientes e detecção de micrometástases. A remoção deste linfonodo em humanos está associada a elevadas taxas de complicações pós-operatórias, a citar edema de membros, lesões nervosas, seroma, dentre outros. Com objetivo de minimizar lesões iatrogênicas, vem sendo utilizada a aplicação do azul de metileno para marcação linfática em cadelas. No caso em questão, verificou-se que o corante foi eficiente e permitiu identificar e dissecar o trajeto linfático, assim como realizar a exérese dos linfonodos axilar e axilar acessório corados. O linfonodo axilar acessório está presente em apenas 25% dos animais e neste caso foi possível sua identificação e remoção mediante a aplicação da técnica descrita. Verificou-se que o tempo cirúrgico para realização da linfonodectomia aumentou o tempo cirúrgico final, porém este justifica-se pelo objetivo inicial da remoção dos linfonodos. Entretanto, diferente do observado em humanos, não foram verificadas complicações pós-operatórias no caso em questão e a cicatrização decorreu sem complicações. Conclui-se que a técnica de marcação linfática foi eficiente para identificação e remoção dos linfonodos axilar e axilar acessório, sem complicações, sendo considerada de fácil aplicação, baixo custo e grande eficiência.

Biografia do Autor

  • Camila Regina de Oliveira, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Acadêmico de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza.
  • Elidiane Rusch, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Acadêmico de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza.
  • Érico Henrique Pereira de Castro, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Acadêmico de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza
  • Najla Ibrahim Isa Abdel Hali, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Acadêmico de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza
  • Patricia Valandro, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Acadêmico de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza
  • Paloma Tomazi, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Acadêmico de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza.
  • Evandro Rodrigues, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Acadêmico de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza
  • Fabiana Elias, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Professor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza.
  • Gabrielle Coelho Freitas, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Professor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza.
  • Gentil Ferreira Gonçalves, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Professor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza
  • Fabiola Dalmolin, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Realeza
    Professor Adjunto do curso de Medicina Veterinária da UFFS, Campus Realeza

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Publicado

22-11-2016

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Pesquisa