CUIDANDO DE QUEM CUIDA: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO AOS FAMILIARES DE PACIENTES NEUROLÓGICOS

Resumo

O Estágio Curricular Supervisionado I – ECS I, componente curricular da 9ª fase do curso de Enfermagem da Universidade Federal da Fronteira Sul-UFFS, é um momento crucial para a formação do futuro enfermeiro. Este componente tem como principais objetivos proporcionar a consolidação das competências desenvolvidas durante a graduação, bem como, estimular a assistência integral ao indivíduo e família. Neste sentido, pretende-se relatar a experiência vivenciada por acadêmicas do curso de enfermagem durante o período de ECS I, o qual foi desenvolvido no setor de Neurocirurgia do Hospital Regional do Oeste-HRO, em Chapecó. O perfil de pacientes do setor de Neurocirurga é composto por pacientes debilitados, que ficam internados por longos períodos e que necessitam da presença constante de acompanhantes, os quais são, na maioria dos casos, os próprios familiares. Este fato exige do enfermeiro um olhar integral, observando as necessidades dos pacientes, mas também dos seus familiares. Neste sentido, após alguns dias de vivência neste setor, as acadêmicas perceberam a necessidade de realizar encontros com estes cuidadores/ familiares, a fim de esclarecer dúvidas comuns e auxiliá-los em relação aos medos e angústias. Desta forma, passou-se a realizar encontros semanais com os cuidadores/ familiares, os quais eram convidados no momento das visitas aos leitos, sendo que a atividade era realizada em um espaço de convivência existente no setor. Neste local, todos sentavam em círculo e no centro deste, havia diferentes palavras e expressões. Cada participante era convidado a pegar uma ou mais palavras que expressassem seus sentimentos no momento. Então, cada um falava um pouco sobre sua experiência e sobre a palavra que escolheu. A adesão dos encontros foi relativamente baixa, pois muitos não queriam se distanciar de seu ente querido, devido suas debilitadas condições. No entanto, cada encontro foi carregado de informações e emoções, pois surgiram questões relacionadas às incertezas, dúvidas, medos, força, necessidade de ser o “pilar” da família neste momento delicado... Enfim, surgiram diferentes relatos e diferentes sentimentos, mas que ao mesmo tempo eram comuns aos participantes, e assim, estes puderam compartilhar vivências e conselhos. Portanto, este momento foi de aprendizado mútuo, onde as acadêmicas também tiveram a oportunidade de conhecer a realidade e os sentimentos dos familiares, o que com certeza contribuiu ainda mais para o cuidado integral e humanizado. A realização destes encontros evidenciou a importância do cuidado integral à família, reforçando ainda mais o papel do enfermeiro no ato de cuidar de quem cuida, olhando também para aquele ser que está ao lado do leito e que também necessita de cuidados.