MACINTYRE: NARRATIVA DE VIDA E A RELAÇÃO COM A RESPONSABILIDADE MORAL

Autores

  • Janessa Pagnussat Universidade Federal da Fronteira Sul Erechim
  • Jerzy André Brzozowski Universidade Federal da Fronteira Sul Erechim

Palavras-chave:

Identidade pessoal. Inteligibilidade. Ação. Ética das virtudes.

Resumo

O presente trabalho tem por finalidade apresentar o que desenvolver-se-á na Dissertação do Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas. Esta pesquisa bibliográfica tem por objetivo apresentar a identidade pessoal a partir da ética das virtudes de MacIntyre. A ética das virtudes pressupõe a identidade pessoal a partir de três conceitos fundamentais, sejam eles: narratividade, inteligibilidade e responsabilidade. Para compreender as intenções do agente, bem como seu comportamento, é necessário entender as caracterizações que levam o agente a comportar-se de determinada maneira naquele momento. A ação caracterizada como inteligível pode ser frustrada no momento em que o agente entra em contato com uma crença desconhecida ou cultura estrangeira. Segundo MacIntyre, deve haver uma relação entre a identidade, a intenção e o contexto no qual o agente está inserido para que a inteligibilidade seja afirmada. A ideia de inteligibilidade é intermediária entre a ação e a narrativa de vida da pessoa. A ação é caracterizada por um determinado momento da história que compõe a identidade pessoal. Portanto, a ideia de ação e a ideia de história são dependentes uma da outra dentro de um contexto social. Para MacIntyre, ao compreendermos e vivenciarmos nossa própria narrativa de vida, poderemos entender as ações advindas de outras pessoas. A maneira que expressamos nossas ações em uma comunidade remete diretamente ao conceito de responsabilidade moral, já que, segundo MacIntyre, o agente pode, a qualquer momento de sua vida, ter de explicar sobre determinado ato cometido no passado. A identidade pessoal fica responsável por suas ações dentro de uma narrativa de determinado contexto social. A identidade pessoal está sempre envolvida em comunidade, dotada de tradições e crenças, e estas, caso não sejam seguidas, levam o agente sob a ideia de “tornar-se irresponsável”. Portanto, a inteligibilidade de uma narrativa é necessária para a responsabilidade moral, já que a minha narrativa faz parte de outras narrativas, assim como as outras narrativas compõem a minha identidade pessoal. As condições necessárias e suficientes para justificar este problema serão expostas de maneira a relacionar a narrativa de vida de um agente com os demais que compõem uma comunidade moral.


Referências

COSTA, J.; SOUSA, A.W.S. Narrativa, inteligibilidade e responsabilidade: notas acerca do conceito de identidade pessoal em Alasdair MacIntyre. Theoria – Revista Eletrônica de Filosofia, Pouso Alegre, v. 4, n. 10, p. 150-162, 2012.

FONSECA, J.S.D. MacIntyre e o papel da comunidade na constituição da identidade pessoal. Revista ethic@, Florianópolis, v. 6, n. 4, p. 31-45, 2007.

MACINTYRE, A. Tras la virtud. Barcelona, 2004, p. 221-290.

MASLIN, K.T. Introdução a filosofia da mente. Trad. Fernando José R. da Rocha. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2009, p. 247-284.

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Publicado

21-11-2016

Edição

Seção

Campus Erechim - Projetos de Pesquisa