ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA NÃO MATERNA: REFLEXÕES SOBRE O CURSO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS

Autores

  • Laura Soares Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó

Palavras-chave:

Imigrantes haitianos, Português Brasileiro, Prática docente.

Resumo

O projeto de extensão Curso de Português para Estrangeiros, vinculado ao PET- Programa de Educação Tutorial Assessoria Linguística e Pedagógica da UFFS, realiza suas atividades desde 2014. Este trabalho tenciona apresentar a atual configuração do Curso, bem como a metodologia pedagógica basilar das aulas, os resultados obtidos durante os dois anos de sua existência, além de discutir acerca de sua relevância. O Projeto foi idealizado em caráter emergencial, vista a entrada de estudantes haitianos nos cursos de graduação da UFFS, no primeiro semestre de 2014. Atualmente, 2016, o curso atende a imigrantes haitianos estudantes da UFFS, mas seu público majoritário é vindouro da comunidade externa. No que concerne o enfoque e a metodologia didática, optou-se pelo ensino do português brasileiro atrelado aos aspectos culturais, através de atividades com materiais autênticos baseados em gêneros discursivos. Trabalha-se com uma abordagem que prioriza os aspectos comunicativos, considerando a necessidade de inserção e consequente interação social dos imigrantes, incluindo as quatro habilidades (produção escrita e oral, compreensão leitora e auditiva). Como resultados, pontua-se a contribuição do curso para as bolsistas e voluntárias envolvidas como para os alunos haitianos e toda a comunidade externa. No que diz respeito às ministrantes das aulas, discente do curso de Letras- Licenciatura em Português e Espanhol, oportuniza-se espaço para ensinar português brasileiro como língua não materna, experiência capaz de ampliar a formação docente. Os alunos haitianos que frequentaram regularmente às aulas de português aprimoraram sua compreensão linguística e discursiva na língua alvo, comprovado nas avaliações realizadas durante o curso. O rompimento da barreira linguística auxiliou os haitianos acadêmicos da UFFS a prosseguirem sua formação superior e possibilitou que haitianos da comunidade externa ingressassem em espaços formais de ensino. Evidencia-se os percalços encontrados durante a prática de ensino do português como língua não materna em espaço não formal, como a escassez de recursos materiais e humanos para dar continuidade às aulas. Conclui-se que os resultados do curso são benéficos tanto para comunidade acadêmica como para comunidade externa, ao considerar sua relevância social e educacional, contudo, é necessário oferecer subsídios para sua sequência e emergencial expansão.

Biografia do Autor

  • Laura Soares, Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó
    Graduanda em Letras Português e Espanhol- Licenciatura. Bolsista PET.

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Publicado

23-01-2017

Edição

Seção

Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura