ESTÁGIO EM EDUCAÇÃO INFANTIL: “BRINCAR EEXPLORAR: O QUE FAZEM OS BEBÊS COM COUVES E BETERRABAS?

Resumo

O estágio supervisionado em Educação Infantil foi realizado em uma escola do município de Erechim/RS, junto a uma turma do Berçário II, composta por onze crianças com idades entre 1 ano e 7 meses e 2 anos e 5 meses. O estágio foi pensado no acolhimento e afeto para com os bebês, e teve o planejamento elaborado em duas dimensões: de contexto, abrangendo a organização dos tempos, espaços e rotinas; e de sessões, que contemplaram propostas intencionais de aprendizagem conduzidas pela estagiária. Nesse sentido, foi desenvolvido o percurso investigativo intitulado “Brincar e explorar: o que fazem os bebês com couves e beterrabas?” fundamentado no brincar heurístico. As sessões possibilitaram às crianças explorar livremente elementos naturais (couves e beterrabas) em bandejas com água, onde cada bebê atribuiu diferentes significados às experiências, seja provando, rasgando ou manipulando os alimentos. Posteriormente, foram produzidas tintas naturais a partir dos dois alimentos, ampliando o repertório dos bebês. Além das propostas investigativas, a estagiária reorganizou a sala de referência, criando e reorganizando espaços diversificados: o espaço dos riscantes, da literatura, da convivência, do brincar heurístico e do faz de conta. Esses ambientes favoreceram a autonomia, a criatividade e o contato com múltiplas linguagens, proporcionando vivências significativas. O processo avaliativo foi realizado por meio de registros fotográficos, vídeos, mini-histórias e produções coletivas, como o tapete de tecido cru colorido, que contribuíram para a documentação pedagógica e para a construção do sentimento de pertencimento das crianças. A experiência revelou conquistas importantes, como o fortalecimento dos vínculos afetivos, a compreensão da singularidade de cada bebê e a valorização de sua potencialidade. O estágio evidenciou que o papel do professor na Educação Infantil deve ser o de observador sensível e mediador das descobertas, que confia na capacidade da criança de criar, explorar e aprender. Conclui-se que o brincar, além de direito fundamental garantido por legislações nacionais e internacionais, constitui-se como eixo estruturante do desenvolvimento infantil. A vivência do estágio reafirmou a importância de práticas pedagógicas que priorizem o acolhimento, a autonomia e o contato com a natureza, despertando no futuro docente o desejo de atuar na educação de bebês de forma a construir experiências significativas, lúdicas e humanizadoras.