A PEDAGOGIA CIENTÍFICA É PRÁXIS, A BNCC É PRATICISMO
Palavras-chave:
Currículo Científico. Formação Unitária. Práxis Pedagógica.Resumo
Este trabalho expressa parte dos estudos realizados para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão do Curso (TCC), do curso de Pedagogia, da Universidade Federal da Fronteira Sul
(UFFS), Campus de Laranjeiras do Sul, desenvolvido com o objetivo de aprofundar a análise dos
fundamentos que orientam as práticas educativas na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do
Ensino Fundamental. Orienta-se sob a concepção teórica da Pedagogia como ciência, com base
nos aportes da pedagogia histórico-crítica (PHC), que estuda a educação, escolar e não-escolar,
com fito na formação humana integral. Segundo essa teoria, a práxis corresponde à ação consciente transformadora da realidade, em contraponto a outros tipos de práticas concebidas e gestadas
externamente como o trabalho alienado, socialmente determinado sob a lógica da mercadoria no
modo capitalista de produção. Compreende que o que se ensina, o como se ensina e o para que
se ensina, associando conteúdo, forma e fim, de modo inseparável, do ato pedagógico sob a responsabilidade do professor, deve estar mediado com o que se aprende, o como se aprende e o
para que se aprende, sobre a natureza da orientação pedagógica do aluno. Os aportes teóricos da
pedagogia científica concebe a organização curricular relacionada com a situação histórico-cultural do aluno, como parte da relação social global historicamente constituída. Concebe a socialização e a apreensão dos conhecimentos científicos, filosóficos e culturais produzidos pela humanidade como função essencial da escola. Os estudos apontam que, contrariamente à formação
humana integral como função da escola, a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) exprime
uma concepção de organização de ensino subordinada às determinações de classes sob a lógica
do capital, de caráter tecnicista, voltada para a reprodução das relações de produção e do trabalho
alienado; evidenciam o caráter reducionista do ensino pela BNCC, na defesa da “prática” em si,
impedindo que a escola cumpra o despertar dos sentidos e do desenvolvimento da consciência,
da formação e do pensamento crítico acerca da realidade. Trata-se, portanto, de um documento
oficial que, na essência, nega a história; que reduz a organização do trabalho pedagógico à dimensão pragmática sob a noção de “habilidades e competências”, como se o conhecimento escolar tivesse como único objetivo a “solução de problemas” do dia a dia, e não a compreensão
científica e técnica da realidade, potencializando o aluno para ler o mundo, ler-se no mundo,
posicionar-se em face do mundo e transformar o mundo. A BNCC concebe um aluno abstrato
para “estar no mundo” e não “ser no mundo”. A práxis, concebida pela pedagogia históricocrítica, ao contrário do praticismo da BNCC, concebe um aluno concreto que é “estar” e é “ser”
de modo inseparável, socialmente e historicamente no mundo. Trata-se, portanto, de uma compreensão científica da pedagogia.
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