A Recepção aos Imigrantes no Brasil e nos EUA: Uma Análise Comparativa e a Percepção do Imigrante

Autores

  • Wilbert Neltidor UFFS
  • Maria Alice Canzi Ames
  • Marcivaldo Cardoso Lopes
  • Osnah Debora Caprice
  • Djofeson Jean Baptiste
  • Rafael Cristiano Gräff
  • Edemar Rotta

Palavras-chave:

Políticas migratórias; Integração social; Xenofobia; discriminação e Impacto econômico.

Resumo

 

O presente trabalho tem como objetivo comparar as políticas migratórias e a integração de imigrantes no Brasil e nos Estados Unidos da América, destacando como diferenças históricas, legais e culturais influenciam a aceitação social e econômica dos mesmos. Em termos de metodologia, trabalha-se como estudo de documentos, reportagens e depoimentos de imigrantes conhecidos. Ambos os países têm sua formação sócio-histórica marcada pela presença de imigrantes. No que diz respeito às políticas migratórias, no Brasil, a Lei n° 13.445/2017, está assentada em princípios humanitários, garantindo direitos como saúde, educação e trabalho, mesmo para imigrantes irregulares. Por esta Lei, a entrada irregular não é criminalizada e existem facilidades para regularização da permanência do imigrante no território brasileiro. No contexto Estadunidense, a Lei de Imigração e Nacionalidade de 1952 (Lei McCarran-Walter) e a Lei de Imigração de 1924 (Lei Johnson-Reed) apresentam uma conotação mais restritiva de direitos, criminalizando a entrada irregular e limitando o acesso dos imigrantes aos benefícios públicos. No contexto da integração social e econômica, se percebe que os EUA tendem a atrair mão de obra qualificada por meio de vistos específicos, como o H-1B, ao passo que o Brasil, embora mais aberto, enfrenta desafios na formalização laboral de imigrantes, gerando dificuldades para o exercício de profissões não habilitadas ou reconhecidas internamente. No caso dos EUA os imigrantes contribuem significativamente para o PIB (US$ 2 trilhões/ano), especialmente em tecnologia, agricultura e serviços. No contexto brasileiro, atuam em nichos como comércio informal e confecções, muitas vezes em condições precárias, com impacto menos quantificado. Em termos de integração à sociedade, xenofobia e discriminação, se percebe que o discurso polarizado, especialmente nos EUA tem gerado a associação de imigrantes, especialmente latinos, à criminalidade; as políticas de segurança de fronteira tem separado famílias e produzido deportações em massa. No caso brasileiro, as ondas de entrada de venezuelanos e argentinos, associadas à emergência de um pensamento neoconservador, tem feito surgir um sentimento de xenofobia aos imigrantes que ameaça o processo de integração dos mesmos na sociedade e o acesso aos direitos fundamentais. Portanto, fica evidente que a recepção aos imigrantes reflete não apenas políticas públicas, mas também identidades nacionais em conflito. Enquanto os EUA, uma nação construída por imigrantes, hoje ergue barreiras aos mesmos, o Brasil, embora culturalmente plural, ainda carece de mecanismos concretos para garantir dignidade aos estrangeiros. Assim, a análise comparativa demonstra que a integração ideal permanece um desafio em ambos os países, nos contextos específicos que vivem.

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Publicado

24-10-2025

Edição

Seção

Ciências Humanas - Pesquisa - Campus Cerro Largo