Peritonite Secundária Séptica em Felino: Relato de caso
Resumo
A peritonite é caracterizada como um processo inflamatório do peritônio, membrana serosa de camada dupla – visceral e parietal - com classificação variável em relação à origem, sendo esta primária ao grau de contaminação , diferenciandose em asséptica, séptica ou mista e quanto à extensão, sendo localizada ou difusa. Na peritonite primária, os microorganismos tem capacidade se deslocar até a cavidade abdominal, por meio de via hematógena ou linfática e por expansão transmural de bactérias intestinais em quadros de isquemia e choque sistêmico. A secundária é resultante de ferida penetrante na cavidade abdominal ou ainda associação a procedimentos cirúrgicos, traumatismos e à perfuração de víscera oca por corpo estranho. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso de uma peritonite secundária séptica em felino. Foi encaminhado para o Laboratório de Patologia da Superintendência Unidade Hospitalar Veterinária Universitária (SUHVU), o cadáver de um felino, macho, pelo curto brasileiro (PCB), com dois anos de idade e escore de condição corporal 4/9. O animal havia sido atropelado e fora resgatado e passou por um procedimento cirúrgico para a implantação de um pino no úmero direito, para a imobilização de solução continuidade óssea e após uma semana foi a óbito. Ao exame externo observou-se mucosas oral e ocular hipocoradas e enoftalmia. Na abertura da cavidade abdominal, visualizou-se o deslocamento do omento na região abdominal direita, onde envolvia um material cremoso, exsudato mucopurulento. Os linfonodos mesentéricos apresentavam-se reativos. Em toda a extensão do intestino delgado e grosso, havia hiperemia dos vasos e edema de parede. Na abertura da cavidade torácica, constatou-se pressão negativa ausente. Observou-se a presença de uma descontinuidade óssea na 11° costela e notou-se presença de material mucopurulento com aderência ao diafragma com solução de continuidade para a cavidade abdominal, incluindo aderência hepática. De acordo com os achados macroscópicos chegou-se ao diagnóstico de Peritonite Secundária Séptica. Concluiu-se que o trauma na costela deve ter introduzido microrganismos, uma vez que se notou área de continuidade da lesão entre tórax e abdômen. A morte foi causada pelo quadro de síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS). Portanto, o relato de necropsia evidencia como esta prática é necessário para auxiliar em diagnósticos e ainda ampliar os conhecimentos das possíveis causas de peritonite em animais de companhia.Palavras-chave: Diagnóstico Anatomopatológico. Trauma. SIRS.
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