Residência multiprofissional em Saúde da Família: Um processo em permanente construção

Autores

  • Jaqueline Miotto Guarnieri UFFS
  • Camila Fontana Roman Universidade Federal da Fronteira Sul-Residente no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade
  • Gustavo Afonso Gosenheimer Universidade Federal da Fronteira Sul-Residente no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade
  • Julia Marco Universidade Federal da Fronteira Sul-Residente no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade
  • Thaíze Lopes Souza
  • Vanderleia Laodete Pulga

Resumo

A graduação, por vezes, não oferece subsídios suficientes ou experiências significativas para a prática profissional, principalmente no contexto de saúde pública. Assim, a residência em saúde se faz necessária e tem sido cada vez mais procurada por quem almeja atuar nesse âmbito. O presente estudo tem por objetivo relatar, brevemente, a experiência de atuação na atenção básica enquanto profissionais residentes no Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), inseridos em uma Estratégia Saúde da Família (ESF), no município de Marau/RS. O programa com a coordenação da UFFS, iniciou em 2015 e possui dois campos de prática no município, ESF Santa Rita e ESF São José Operário (SJO). Atualmente, fazem parte 11 profissionais das áreas de psicologia, enfermagem e farmácia, além de preceptores, tutores, facilitadores e profissionais vinculados à universidade. Com carga horária de 60 horas semanais e dedicação exclusiva, a formação divide-se em 20% atividades teóricas e teórico-práticas e os 80% restantes englobam atividades práticas. As atividades teóricas e teórico-práticas abrangem o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Residência (TCR), discussão de casos e estudos relacionados à vivência prática na ESF. Já a carga horária prática se fragmenta na realização de variadas atividades na ESF e fora desta, em que o residente está inserido, como: atendimentos individuais e multiprofissionais, ambulatório, acolhimento, vigilância em saúde, controle social, visitas domiciliares, reunião de equipe, educação permanente, participação em grupos. Além disso, os residentes participam ativamente de outras atividades realizadas no município e região, como feiras de saúde, eventos e campanhas. Enquanto grupo de residentes da ESF SJO, encontramos em nossa atuação diversos desafios, entre eles: grande demanda da população na ESF por atendimento individual; sobrecarga de atividades; indisponibilidade de tempo para planejar outras formas de atuação dentro e fora da ESF ou programar atividades em equipe. Esses aspectos mencionados prejudicam a qualidade do cuidado oferecido servindo como empecilho para a desconstrução do cuidado centralizado no processo saúde-doença. Relacionado aos aspectos que facilitam o aprendizado, destaca-se a atuação multiprofissional dos residentes nas unidades, o trabalho em equipe com foco na família por meio dos princípios da integralidade, equidade e universalidade, os quais possibilitam refletir e instigam a buscar outras formas de saber-fazer. Contudo, é vivenciando a realidade por meio da residência que passamos a reconhecer o que perpassa o processo de trabalho e diante disso buscamos formas de modificar e melhorar nossa atuação. Ressalta-se que, a residência multiprofissional oportuniza aprendizagem significativa tanto para os profissionais residentes, quanto para aqueles que fazem parte da equipe onde estes atuam, possibilitando a ampliação do olhar para os usuários para além de sua “doença” e potencializando o papel destes como protagonistas no processo de saúde, bem como contribui para a melhoria e expansão do processo de cuidado em suas distintas formas.

Downloads

Publicado

25-10-2018

Edição

Seção

Campus Passo Fundo - Projetos de Pesquisa