O USO DE AGROTÓXICOS NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE HUMANA
Resumo
Desde a década de 50, o uso de agrotóxicos é um assunto recorrente em países de todo o mundo, já que foi nesse período em que ocorreu a denominada “revolução verde”, na qual se estabeleceram profundas mudanças no modo de produção agrícola - o consumo em massa e a urbanização geraram a produção agrícola de grande porte; que por sua vez gerou a disseminação do uso de agrotóxicos, objetivando a maior durabilidade dos produtos. Entretanto, para a saúde pública, esse uso tem ocasionado muitos danos, não só para os trabalhadores rurais os quais estão em contato direto com esses agrotóxicos, mas também, para as pessoas que consomem os produtos derivados dessa prática de cultivo. O meio ambiente vem sendo prejudicado tendo em vista que o químico se dispersa por terra, ar e água, podendo contaminar muito além da área onde o agrotóxico foi aplicado. Desse modo, a questão norteadora deste relato de experiência é: “Quais são os impactos do agronegócio na saúde da população e na atividade dos trabalhadores em geral?”. Objetivando analisar e refletir sobre a grande utilização de agrotóxicos na produção agrícola que acontece no território brasileiro há décadas, mas na atual conjuntura se agrava radicalmente, pois têm sido o principal causador de problemas ambientais e de saúde humana. Trata-se de um relato de experiência das ponderações obtidas no curso “Do agronegócio à Agroecologia: Impactos na Saúde Humana”, realizado na UFFS, como parte do projeto de extensão Políticas Públicas em defesa do direito à Saúde: um compromisso da Universidade com a sociedade. No decorrer deste situou-se que a utilização de agrotóxicos, está diretamente ligada ao contexto capitalista vivido atualmente. Sendo o principal objetivo a produção em grande escala e a maior durabilidade do produto, sem levar em consideração à saúde das pessoas que tem acesso a esse alimento. Devido a isso, são inúmeros os indícios de doenças ocasionadas por esse uso abusivo, tais como: má formação congênita, câncer, depressão, entre outras. Podendo-se elencar três grupos de risco prioritários: exposição do trabalhador, ambiental e via alimentação. Dentre estas, as categorias mais notificadas são: contaminação por acidente individual, coletivo, ocupacional, ambiental, tentativa de suicídio, tentativa de aborto e homicídios. Dados os problemas de saúde pública apresentados, é necessário conscientizar e informar produtores e consumidores referente aos riscos à saúde. Outrossim, a sociedade é “quem” está pagando a conta enquanto o sistema de saúde tenta absorver toda a demanda de internações, tratamentos e reabilitação para as pessoas que adoecem. São de suma importância o pensamento e a crítica acerca de questões voltadas aos riscos do uso indiscriminado de agrotóxicos. A sociedade precisa compreender a importância da produção e consumo de produtos mais saudáveis não só para a vida humana, mas também ao meio ambiente. Nesse ínterim, é urgente promover estratégias de intervenção, sejam elas em aspecto social, sanitário, econômico ou político, para que desta forma seja possível controlar agravos. Por fim, o programa de extensão tem potencial para colaborar na formação de profissionais e cidadãos, repensando a postura na relação sociedade-natureza.
Palavras-chave: Agrotóxico. Agroecologia. Saúde humana e ambiental.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.