RESULTADOS ADICIONAIS SOBRE A ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE PLANTAS SOBRE BACTÉRIAS DE INTERESSE EM SAÚDE PÚBLICA

Autores

  • Priscila Deotti Signor Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Roberta Schran Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Lucas Signori Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Susana Schlemper Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Valfredo Schlemper Universidade Federal da Fronteira Sul

Resumo

Uma das alternativas a resistência microbiana é a utilização de plantas como fonte de antimicrobianos ou adjuvante a antibióticos. Neste sentido, foi investigada a ação antimicrobiana dos óleos essenciais de Santolina chamaecyparissus e Schinus molle, a resina pura extraída da árvore Cupressus sempervirens e do extrato da Araucária augustifolia. Após a extração desses materiais botânicos das respectivas plantas, foram utilizados microrganismos  oriundos de infecções clínicas em animais. Foram realizados ensaios de atividade antibacteriana realizados através da técnica de difusão em ágar e de microdiluição para obtenção da concentração inibitória mínima. Os óleos das duas plantas tiveram atividade antimicrobiana semelhante, inibindo o crescimento das duas cepas de S. aureus, sendo que o óleo de S. chamaecyparissus apresentou um halo de 10,66 ± 1,51 mm para Stapylococcus aureus mastite 472 e o S. molle 10,62 ± 0,87 mm para o mesmo microrganismo. Na microdiluição a inibição da S. chamaecyparissus contra os microrganismos S. aureus dourado e S. aureus mastite 472, apresentou efeito inibitório a partir da concentração de 12,5% de óleo essencial da planta para o primeiro e de 25% para o segundo, já a S. molle apresentou inibição também contra as bactérias S. aureus dourado e S. aureus mastite 472, sendo que para a primeira a inibição foi observada desde a concentração mais fraca, de 3,15% e para a segunda desde a concentração de 6,25%, ainda quanto à concentração inibitória mínima, para o extrato de A. angustifolia foi observado valores de 64 mg/mL, 128 mg/mL, 256 mg/mL, 512 mg/mL, para as bactérias Proteus sp., S. aureus C8, Pseudomonas sp., Nocardia asteróides, respectivamente. Já para a resina de C. sempervirens, testada contra cepas de S. aureus (denominadas C3, C4, C6 e ATCC), foram observadas inibições significantes em halos de difusão, para a fração de 700 mg/mL, contra as cepas C3 e C6 testadas, sendo a média das inibições (MI) determinadas em 52,71 ± 2,089 e 113,92 ± 12,55 %, respectivamente. Para a cepa ATCC, nessa mesma concentração, MI: 47,64 ± 1,40 %, e C4 a concentração de 100 mg/mL, MI: 35 ± 0,25 % foi o maior valor encontrado.  Assim como muitas outras plantas, o uso na medicina popular é um indicativo de propriedades farmacológicas importantes que ao serem exploradas podem ser importante alternativa na terapêutica animal. Para as demais bactérias testadas nesse estudo, não foi observado efeito inibitório, possivelmente pela sua origem e possível exposição a mecanismos de resistência. A partir disso, conclui-se que este estudo pode contribuir para o conhecimento de produtos naturais de importância na medicina popular com potencial para o desenvolvimento de novos compostos antimicrobianos.

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Publicado

24-10-2018

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Pesquisa