OLIGODENDROGLIOMA EM CÃO: RELATO DE CASO

Autores

  • Elaine Caroline de Oliveira Universidade Federal da Fronteira Sul Realeza
  • Gilson Correa de Lima
  • Nadine Arend
  • Bruna Naiara Moresco
  • Emanuel Caon
  • Gentil Ferreira Gonçalves

Resumo

O oligodendroglioma é um neoplasma do sistema nervoso central que tem como características o crescimento lento e infiltrativo ocorrendo principalmente na substância branca e lobo frontal. Este neoplasma é classificado como simples ou anaplásico sendo este de pior prognóstico. Acomete principalmente animais de meia idade a idosos, de grande porte, com maior prevalência em machos, sendo as raças braquicefálicas mais predispostas. Tem como apresentação clínica depressão, alterações de comportamento, andar em círculo, deficit visual, paresia e convulsões. Tais sinais clínicos estão associados a presença de possíveis hemorragias, edema ou redução de aporte sanguíneo encefálico. Para o diagnóstico presuntivo de neoplasias intracranianas são utilizados exames de imagem como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética e o diagnóstico definitivo é dado por meio de exame histopatológico. Os fármacos empregados para terapia clínica são glicocorticoides e anticonvulsivantes, a intervenção cirúrgica consiste no tratamento definitivo que pode ser realizada por meio da craniotomia ou craniectomia. O objetivo deste relato é descrever um caso de oligodendroglioma. Foi atendido um cão, fêmea, de nove anos, pesando 15,400 kg, da raça American Pit Bull Terrier, encaminhada por um médico veterinário com suspeita diagnóstica de encefalomielite, recebendo como terapia difenilhidantoína e diazepam. À anamnese o tutor relatou que há menos de dois meses a paciente começou a apresentar paresia bilateral de membros pélvicos, convulsões, anorexia e descontrole de micção. Ao exame físico animal apresentava escore de condição corporal 3/9, hiperreflexia cervical, incontinência urinária a palpação, e atrofia de membros pélvicos. Dentre as suspeitas estavam meningoencefalite viral, compressão de cauda equina, hidrocefalia adquirida, e neoplasia cerebral. Os exames complementares solicitados foram radiografia toracolombar, (T1 a L3), hemograma, liquorgrama, alanina aminotransferase, creatinina e glicose liquorica. Não se observou alterações dignas de nota ao exame. O tratamento foi instituído à base de anticonvulsivante, anti-inflamatório esteroidal, analgésicos opioides, antibiótico e complexos vitamínicos. O animal retornou após 15 dias de tratamento, porém não houve melhora no quadro clínico e apresentava convulsões diárias. Foi solicitada tomografia contrastada de crânio. Constatou-se massa em base encefálica esquerda junto ao tronco encefálico e dilatação de ventrículos. O diagnóstico provisório reestabeleceu-se em hidrocefalia secundária a massa em tronco encefálico esquerdo com suspeita de neoplasia. O novo tratamento foi instituído com omeprazol 5 mg/kg BID, furosemida 1,5 mg/kg TID e fenobarbital sódico 1,5 mg/kg SID, todos por via oral por um período de 15 dias. Após cinco dias os tutores trouxeram o animal para eutanásia devido a evolução desfavorável do quadro clínico. O cão foi encaminhado para necrópsia. Após avaliação histopatológica foi confirmado o diagnóstico de neoplasma de sistema nervoso central, caracterizado como oligodendroglioma. Conclui-se que este neoplasma apresenta quadro neurológico grave e de difícil manejo clínico, e a tomografia computadorizada auxilia de forma contundente ao diagnostico, porém o prognóstico em geral é desfavorável dependendo da localização do neoplasma.

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Publicado

24-10-2018

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Extensão e Cultura