Saúde, Mulheres e Agroecologia

Resumo

Trata-se de um relato de experiência do O projeto de Extensão “Promoção da Autonomia e Saúde das Mulheres Rurais e a Prática Agroecológica”, iniciativa da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Passo Fundo articulada com as mulheres camponesas dos diversos estados do Brasil, de alguns países, a articulação entre universidades e organizações que atuam com mulheres camponesas. Esse Projeto internacional de extensão que promove autonomia e saúde de mulheres latino-americanas e africanas com ações integradas em dois eixos estruturantes: Atividades de formação/capacitação sobre autonomia, saúde e agroecologia para as mulheres trabalhadoras rurais, através da realização de seminários internacionais, com a participação de mulheres camponesas brasileiras, da América Latina e África, sobre práticas inovadoras na construção da autonomia das mulheres e promoção da transição agroecológica na América Latina e África e pelo intermédio da realização de oficinas sobre organização autônoma, agroecologia, saúde, gênero e economia feminista; socialização de experiências de fortalecimento da autonomia de mulheres rurais, por meio da produção agroecológica, através sistematização e elaboração deste livro. Iniciou em dezembro de 2016 e foram realizadas 3 oficinas nacionais, dois Seminários Internacionais, reuniões de equipe e o livro. As mulheres camponesas explicitaram a situação que vivenciam em cada um dos países e também as experiências de auto-organização produtiva, produção de alimentos saudáveis e agroecologia. Esse processo possibilitou a construção de autonomia, a produção de alimentos saudáveis, de estruturação de quintais produtivos, fortalecimento das sementes crioulas, das plantas medicinais e do artesanato rural. O projeto possibilitou o encontro de mulheres camponesas de vários estados do Brasil, trazendo a diversidade e experiências de mulheres camponesas de todas as regiões além de Moçambique que trouxeram a produção de alimentos saudáveis, a promoção da organização de mulheres e sua importância na agricultura e os desafios que ainda tem para organizar as mulheres diante da falta de acesso à terra, à poligamia, dificuldade de participação das mulheres. Participaram, ainda, mulheres do Paraguai e Chile, socializando os cursos e escolas de formação de mulheres sobre agroecologia, dificuldades de acesso à terra, o alto uso de agrotóxicos nos países e falta de políticas para as mulheres. O projeto teve um caráter multiplicador dos debates e dos temas com mais mulheres nos países, regiões e comunidades de inserção das mesmas. Foi um desafio imenso a realização da sistematização das experiências e elaboração de artigos para a publicação do livro, foi um importante processo de superação das próprias participantes do projeto quem garantindo a diversidade das regiões brasileiras sistematizaram e escreveram sobre a organização produtiva das mulheres camponesas, a importância da organização das mulheres, da produção de alimentos saudáveis, da agroecologia, das sementes, das plantas medicinais, da água, da terra, dos conhecimentos. O projeto também permitiu um importante intercâmbio entre universidade e as mulheres camponesas, as mulheres puderam estar no ambiente acadêmico e levantar os temas que consideram relevantes e fundamentais para suas vidas, demonstrar a realidade em que vivem e as propostas que apresentam para poder seguir vivendo no campo com dignidade.

Palavras-chave: Saúde. Mulheres. Agroecologia.