A formação em Geografia e os desafios postos na condição de futuro licenciado frente ao cenário de desigualdades sociais
Resumo
A presente pesquisa é resultante da breve experiência no âmbito acadêmico como licenciando em Geografia e bolsista do Grupo Práxis - PET Conexões de Saberes, condições estas que provocam reflexões e oferecem ferramentas para se (re)pensar a sociedade em permanente desenvolvimento. Ingressar no curso de licenciatura significou, entre outras questões, compreender a relevância da atuação do educador na formação de sujeitos para uma leitura consciente da sociedade em formação. Tratando especificamente do curso de Geografia, a diversidade de frentes abordadas relacionados às dinâmicas de construção de mundo vem possibilitando reflexões quanto ao projeto de sociedade que construímos, ou (re)produzimos. Esta abordagem holística do conhecimento geográfico desafia o futuro educador a ser mais, a ir além de um mero reprodutor de conhecimentos. Trazendo a educação como uma possibilidade de emancipação dos sujeitos e desenvolvimento de cidadãos críticos, faz-se necessário problematizar acerca de incoerências que historicamente favoreceram o ensino a determinados grupos da sociedade. Os debates acerca da educação formal no Brasil vêm se acirrando ao longo da história, sendo o ensino reflexo de uma sociedade em permanente disputa e repleta destas contradições. Temos acompanhado nos últimos anos diversos projetos para a democratização da educação brasileira, do avanço pela universalização do acesso ao ensino básico a criação de mecanismos que incluam na educação superior grupos sociais historicamente ausentes do meio acadêmico. A condição de bolsista do Grupo Práxis – PET Conexões de Saberes e seu caráter interdisciplinar oferece um importante aporte teórico, oportunizando através do grupo de estudos, atividade no eixo do ensino, contato e debates acerca da Educação Popular através de obras e autores que nos apresentam outras visões de mundo e outras formas de promover a educação, respeitando os saberes de experiência e agregando conhecimentos científicos. Objetiva-se desta forma compreender a condição de pesquisador do educador, a importância de estar em permanente busca de métodos que quebrem paradigmas no ato de educar e socializar, tornando o educando protagonista de sua própria história. A partir da revisão de autores que defendem uma educação emancipatória, pretende-se relacionar o potencial do educador como um agente de transformação social, sendo a sala de aula uma de suas “esquinas de luta”, conceito que Paulo Freire aborda em algumas passagens de seus registros, bem como o papel do professor, inclusive e principalmente no campo da Geografia, como um militante a favor da justiça social, interferindo diretamente na autoestima da população e na busca pela emancipação daqueles que, dentro de um antigo projeto de sociedade, encontram-se em situação de explorados pelo sistema do capital. Considera-se então a educação mais uma de suas esquinas de luta, sendo este profissional um agente necessariamente atuante nas mais diversas frentes e causas da sociedade, contribuindo para a denúncia e combate de injustiças causadas pela perversa e desigual disputa de espaços na sociedade.
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