PRIMEIROS 6 MESES DE EXPERIÊNCIA DA IMPLEMENTAÇÃO DA CIRURGIA ROBÓTICA EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO
Palavras-chave:
Cirurgia robótica, Cirurgia Geral, Pacientes, Prostatectomia, TecnologiaResumo
A cirurgia robótica representa um avanço tecnológico que potencializa a precisão e a segurança dos procedimentos cirúrgicos. Por meio de sistemas robóticos, é possível realizar movimentos mais delicados e complexos, reduzindo ocorrência de complicações e tempo de recuperação. Este trabalho descreve a experiência inicial da adoção dessa tecnologia em um centro de referência no norte gaúcho. Para isso, foram analisadas todas as cirurgias robóticas realizadas nos primeiros seis meses após a implementação da técnica no Hospital de Clínicas de Passo Fundo – RS, compreendendo o período de 08 de março a 08 de setembro de 2023, com aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer nº 6.948.770. As informações foram extraídas dos prontuários eletrônicos, duplamente digitadas no software EpiData e posteriormente exportadas para o PSPP para análise estatística, ambos de distribuição livre. Frequências absolutas (n) e relativas (%) foram calculadas para variáveis sociodemográficas, clínicas e cirúrgicas, permitindo um panorama detalhado dos pacientes atendidos. Durante o período analisado, foram realizadas 98 cirurgias robóticas, envolvendo 73 pacientes do sexo masculino (74,5%), 59 com idade ≥ 60 anos (60,2%), 97 de cor de pele branca (99%), 68 casados (69,4%), 36 com ensino fundamental completo (35,7%), 49 atendidos por convênios de saúde suplementar (50%) e 78 residentes no Rio Grande do Sul (79,6%). Entre os pacientes, 34 (89,5%) não eram fumantes e 34 (97,1%) não faziam uso de álcool. Quanto ao índice de massa corporal (IMC), 12 apresentaram IMC ≥ 25 kg/m² (80%). Em relação às comorbidades avaliadas, 46 pacientes possuíam hipertensão arterial sistêmica (63%), 14 diabetes mellitus tipo 2 (19,4%) e 19 dislipidemia (27,1%), sendo que 55 pacientes utilizavam medicamentos de uso contínuo (82,1%). As principais cirurgias realizadas foram prostatectomia radical (48%), correção de hérnia de hiato (47,4%) e retossigmoidectomia (37,5%), sendo as especialidades mais frequentes urologia, cirurgia geral e coloproctologia, respectivamente. Complicações intraoperatórias ocorreram em 2 pacientes (2%), enquanto eventos pós-operatórios foram observados em 7 (7,1%). Apenas 5 pacientes necessitaram de reinternação, 4 receberam transfusão sanguínea e 1 procedimento precisou ser convertido para cirurgia aberta. Quanto aos desfechos hospitalares, 98% dos pacientes tiveram alta, 1% evoluiu a óbito e 1% foi transferido para outro serviço. Dessa forma, a experiência inicial evidencia que a incorporação da cirurgia robótica ampliou significativamente as possibilidades terapêuticas do hospital, atendendo predominantemente pacientes idosos, do sexo masculino e com múltiplas comorbidades. A diversidade de especialidades contempladas e o baixo índice de complicações sugerem que a tecnologia pode ser integrada de forma efetiva à rotina assistencial, contribuindo para a qualificação do cuidado cirúrgico em centros terciários e fortalecendo o papel da inovação tecnológica na melhoria da prática médica.
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