ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA NAS PRÁTICAS DE SAÚDE DA CRIANÇA

Resumo

A pesquisa teve como objetivo identificar as práticas dos enfermeiros nas práticas de cuidado à saúde das crianças na Atenção Primária à Saúde (APS) na região Sul do Brasil. Este estudo qualitativo é um segmento do projeto principal intitulado “Práticas de Enfermagem no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS): estudo nacional de métodos mistos”. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de abordagem exploratória e descritiva, e a análise é conduzida utilizando o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, sob o protocolo CAEE nº 20814619.2.0000.0030, parecer nº 4510012, aprovado em 03 de outubro de 2019. Foram conduzidas entrevistas por videoconferência com 174 enfermeiros(as) que trabalham na APS na região Sul, sendo a coleta realizada entre outubro de 2020 e fevereiro de 2021. Utilizou-se um roteiro semi-estruturado para as entrevistas, com perguntas divididas em 3 blocos. O primeiro e o segundo bloco tinham o objetivo de caracterizar o perfil socioeconômico e a formação profissional dos enfermeiros(as) entrevistados. No terceiro bloco, as perguntas visavam compreender as atividades que realizam no serviço de saúde. As entrevistas foram categorizadas para identificar as expressões-chave relacionadas à assistência prestada pelos enfermeiros às crianças nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), contribuindo para a formação do DSC. No relato sobre as práticas de enfermagem, observou-se pouca referência dos entrevistados quanto aos cuidados com as crianças, sendo a atuação majoritariamente em consultas de puericultura e teste do pezinho. A puericultura e o teste do pezinho são de extrema importância para o desenvolvimento da criança, mas a atuação do enfermeiro vai além, o enfermeiro possui autonomia para orientação de pais sobre os cuidados a cada fase do desenvolvimento, observação e orientação escolar à criança para possíveis evidências de negligência, violência e maus tratos e posteriormente notificação, orientar sobre alimentação saudável, quando ainda menores de 6 meses a importância de se fornecer somente o leite materno ou o prescrito, controle de ingestão de leite e alimentos, o estímulo da prática de atividades físicas com crianças no sobrepeso e obesidade, solicitação de exames e análise dos valores. Diante da falta de ações relatadas frente a saúde da criança, este estudos nos desperta o interesse em desenvolver processos formativos que habilitem o enfermeiro para atuar com as crianças e seus pais/cuidadores, inclusive reforçando a importância da educação permanente em saúde. Assim, conclui-se que há necessidade da institucionalização de protocolos e estratégias que facilitem a agilizem o atendimento as crianças e as famílias, estimulando a ampliação das práticas de prevenção e promoção da saúde.