PRÁTICAS ALIMENTARES DE ADULTOS E IDOSOS EM UM AMBULATÓRIO DE ENSINO

  • Tasso Kfuri Araújo Mafra UFFS
  • Victor Sussumu Kanematsu
  • Ivana Loraine Lindemann
  • Regina Inêz Kunz
  • Gustavo Olszanski Acrani

Resumo

A nutrição depende de fatores sociais, culturais e econômicos e, em um indivíduo, os hábitos alimentares são fatores imprescindíveis para determinação do estado nutricional, o que impacta na sua condição de saúde. Assim, torna-se um foco para a atenção básica, visto que má alimentação pode causar desfechos patológicos, tais como obesidade e desnutrição, tornando-se uma questão de saúde pública. O objetivo do presente estudo foi identificar práticas alimentares na população. Para tanto, foi realizado um estudo transversal, conduzido no mês de maio de 2019 no município de Passo Fundo-RS, com uma amostra não probabilística selecionada por conveniência, incluindo adultos e idosos atendidos no Ambulatório da Universidade Federal da Fronteira Sul. Os dados foram coletados por aplicação de questionário contendo perguntas sociodemográficas e de saúde. Após dupla digitação e validação, foi realizada estatística descritiva e a diferença da distribuição das frequências das variáveis independentes em relação ao desfecho foi feita através do teste de qui-quadrado, adotando um intervalo de confiança de 95%. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFFS – Parecer nº 3.219.633. A amostra foi constituída de 60 pacientes, predominantemente do sexo feminino (63,3%), entre idade de 20 e 59 anos (67,8%), cor da pele branca (75%), escolaridade de 5 a 8 anos de estudo (33,3%). 73,3% relataram possuir cônjuge, 56,7% não exercem atividade remumerada. Referente aos hábitos de vida, 82,1% não eram tabagistas, 69% não consumiam bebida alcoolica e 52,% tinham hábito de praticar atividade física. Com relação às refeições, a maioria relatou que toma café da manhã (69,5%), não realiza lanche da manhã (64,4%), almoça (100%), faz café da tarde (75,9%), tem costume de jantar (89,8%) e não realiza ceia (82,8%). Foi observado também que 40,6% dos indivíduos realizam até três refeições diárias enquanto 59,4% realizam mais de três refeições. Em relação ao consumo alimentar do dia anterior, os pacientes relataram que a maioria não consumiu feijão (50,8%), consumiram frutas (78%), consumiram verdura (84,7%), não consumiram hambúrguer ou embutidos (69,5%), não consumiram bebidas adoçadas (62,7%), não consumiram macarrão instantâneo, salgadinho de pacote ou biscoito salgado (78%) e não consumiram doces (72,9%). Nessa perspectiva, consumiram leguminosas, frutas e verduras e não consumiu produtos processados (13,6%), consumiram apenas alimentos processados (47,5%), consumiram leguminosas, frutas, verduras e produtos processados (18,6%), não consumiram nenhum desses alimentos (20,3%). Evidencia-se, portanto, que 13,6% dos colaboradores entrevistados consumiram os três tipos de alimentos naturais no mesmo dia, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde, seguindo uma alimentação saudável. Ainda se nota que 86,4% dos entrevistados não tiveram hábitos saudáveis durante o dia, sendo que a prevalência de alimentos processados foi relatado em 66,1% dos indivíduos, podendo ser agravante nos marcadores nutricionais, reforçando a importância prevenção primária, através de medidas de saúde pública voltada a conscientização e orientação a população, visando o bem-estar e a qualidade de vida.

Publicado
06-09-2019
Seção
Campus Passo Fundo - Projetos de Pesquisa