DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM SANTA CATARINA
Resumo
Este trabalho busca analisar como a deficiência intelectual é descrita nas políticas de formação continuada de professores catarinenses. Orientada pela abordagem epistemológica pós-crítica, de cunho qualitativo, utiliza a pesquisa bibliográfica e documental como suporte de investigação. As análises amparam-se nos Estudos Foucaultianos, tensionando o conceito de normalização como ferramenta teórico-metodológica. Visa analisar as políticas de formação continuada de professores para a atuação com pessoas com deficiência intelectual, do Estado de Santa Catarina. Compreender as influências nacionais e estaduais na produção das políticas educacionais; estudar o conceito de deficiência intelectual, desde uma compreensão histórica; analisar as propostas estaduais de formação continuada de professores, para a deficiência intelectual, constituem objetivos específicos. O corpus documental é constituído por políticas educacionais nacionais e do estado de Santa Catarina, e por cursos de formação continuada para professores com ênfase na deficiência intelectual. O exercício analítico permitiu a compreensão das políticas educacionais para formação continuada de professores como estratégias de normalização, que buscam subjetivar a conduta dos e nos sujeitos com deficiência intelectual. Pelas atividades desenvolvidas até esta etapa da pesquisa, é possível perceber que as políticas educacionais exercem práticas de investimento no “capital humano”, na perspectiva de tornar os sujeitos sejam eles professores ou alunos, responsáveis por suas trajetórias, visando competências e habilidades necessárias para manterem-se competitivos. Mostrou, ainda, o papel exercido pelo Estado, no fomento ao investimento no capital humano docente, através de cursos de formação continuada docente, na intenção de formar especialistas em deficiência intelectual, influenciados pela lógica capitalista neoliberal.