A JUVENTUDE BRASILEIRA E O DECLÍNIO NA FORMAÇÃO DOCENTE
Resumo
O texto discute as causas e consequências do afastamento dos jovens brasileiros da carreira do magistério, destacando a crise na formação docente e a precarização das condições de trabalho na educação básica. O estudo examina o fenômeno do "apagão docente" no Brasil, evidenciado pela queda no número de ingressantes nos cursos de licenciatura e pelo desinteresse crescente dos jovens em seguir a carreira docente. O artigo explora a juventude como uma construção social e histórica, influenciada por diversos fatores, incluindo classe social, gênero e etnia. A fase juvenil, marcada por processos de formação de identidade e inserção no mercado de trabalho, é moldada pelas condições estruturais da sociedade, especialmente pela qualidade da educação recebida. Nesse contexto, a precarização do trabalho docente afeta diretamente a percepção da carreira pelos jovens, contribuindo para o desinteresse na profissão. A flexibilização e precarização das relações de trabalho, incluindo a "uberização" da profissão docente, são destacadas como fatores que desvalorizam ainda mais a carreira do magistério. O artigo aponta que essas dinâmicas laborais, típicas do neoliberalismo, reduzem a atratividade da docência ao oferecer poucas garantias de estabilidade e baixos salários. Esse cenário é agravado pela falta de políticas públicas que promovam a valorização da carreira docente, resultando em uma crise que ameaça a sustentabilidade do sistema educacional brasileiro a longo prazo. O estudo conclui que a reversão desse quadro requer uma reavaliação das políticas educacionais, com foco na melhoria das condições de trabalho e na valorização da carreira docente, visando atrair mais jovens para a profissão e garantir a qualidade da educação no país.