GPECI - GRUPO DE PESQUISA EDUCAÇÃO, CRIANÇAS E INFÂNCIA

Resumo

Composto por pesquisadores docentes vinculados ao Centro de Ciências Humanas e ao Centro de Educação, Comunicação e Artes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Campus de Francisco Beltrão, o grupo de pesquisa Educação, crianças e infância- GPECI, ainda congrega acadêmicos de graduação (bolsistas de iniciação científica), mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Educação de Francisco Beltrão – PPGEFB, professores da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus de Chapecó e profissionais da educação das regiões sudoeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e na região nordeste do Brasil na condição de colaboradores externos. O GPECI objetiva desenvolver pesquisas e estudos que contemplem as relações entre educação, crianças e infâncias envolvendo a formação de professores, processos ensino-aprendizagem, cultura e linguagem. Para tal, sua linha de pesquisa denomina-se “Relações entre educação, criança, infância e escola”, desenvolvendo estudos e pesquisas para a produção de conhecimento na temática infância e crianças no contexto educacional formal e/ou não-formal, problematizando questões relativas às políticas educacionais, formação de professores, propostas educacionais, práticas pedagógicas, produção de cultura e linguagem. Atualmente as ações do grupo envolvem projetos de pesquisa, extensão, ensino, orientação de iniciação científica, orientações de pós-graduação (mestrado) que compreendem as relações entre educação-escola-criança-infância; analisam o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil e Anos Iniciais; analisam propostas curriculares para Educação Infantil e Anos Iniciais presentes nos municípios do sudoeste do Paraná; problematizam o processo de formação inicial e continuada dos professores de Educação Infantil e Anos Iniciais. A área da educação infantil e anos iniciais tem sido um dos importantes focos de atuação do grupo, através do ensino, pesquisa e extensão. A profissão docente na educação Infantil se constitui nas relações com os saberes comuns à docência e também na demarcação das especificidades da educação da criança pequena (OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2002). Pensar a profissão docente na educação infantil é de grande significado considerando que, conforme acentuam Ambrosetti e Almeida (2007), estamos diante da construção de um “novo grupo profissional”, que sugere a constituição de novos significados pelos diferentes grupos sociais envolvidos na educação da criança. A partir desse fundamento, o grupo desenvolve alguns projetos, entre eles o projeto de pesquisa intitulado “Crianças, culturas infantis e práticas pedagógicas na educação infantil”, coordenado pela Profa. Dra. Caroline M. Cortelini Conceição,  visa refletir sobre a produção cultural das crianças pequenas, em especial nas instituições de educação infantil, no âmbito das práticas pedagógicas e sua relação com outros temas como o brincar, interações, cuidado e educação, rotinas dentre outros que vem marcando a discussão no campo da educação infantil. No projeto pesquisa intitulado “Educação infantil: concepções, práticas pedagógicas e formação de professores”, coordenado pela Profa. Dra. Roseli de Fátima Rech Pilonetto, se discute a educação infantil destacando concepções, práticas pedagógicas e a formação inicial e continuada dos professores desse nível de ensino. O foco de investigação está na problematização dos sujeitos, direta e indiretamente envolvidos com a educação infantil, bem como nas relações teóricas, metodológicas, sociais, econômicas, culturais e políticas presentes nas instituições de educação infantil. A Profa. Dra. Karin Cozer de Campos objetiva estudar os principais métodos de alfabetização que fazem parte da trajetória histórica da educação básica brasileira e verificar as principais referências de estratégias didáticas para as práticas dos professores no ensino inicial da leitura e escrita em turmas de 1º e 2º anos do 1° Ciclo de algumas realidades escolares específicas, e, assim, construir relações formativas com o Programa Residência Pedagógica – RP. Para tal, seu projeto de pesquisa intitula-se “Alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental: um estudo sobre métodos e práticas para 1º e 2º anos do 1º ciclo”. O grupo também possui pesquisa junto a outras instituições de ensino superior no projeto de pesquisa “Pensamento pedagógico e desenvolvimento profissional docente”, coordenado pela Profa. Dra. Marta Nörnberg, da Universidade Federal de Pelotas. A pesquisa analisa as racionalidades e vontades que sustentam e organizam a prática pedagógica de professoras dos anos iniciais, que participam de processos de formação acadêmico-profissional, sistematizando características explícitas e implícitas de seu pensamento pedagógico. No projeto de pesquisa “A (re)construção do lúdico na educação de professores”, a Profª. Drª. Eliana Maria Magnani estuda o brincar/brinquedoteca com o intuito de investigar a práxis dos professores e organiza sua metodologia em diagnóstico e intervenção: 1) diagnóstico do curso/instituição, investigação de atividades propostas praticadas; 2) reflexão com professores de observações realizadas e proposta de intervenção. Tais estratégias estão sendo desenvolvidas com base especialmente nas ideias de Piaget (1976, 1994, 1995 e 2010), bem como de seus seguidores. A Profª. Drª Lisaura Maria Beltrame em seu projeto de pesquisa “O brincar revolucionário de faz de conta na perspectiva histórico-cultural: vozes, imagens, manifestações, expressões das infâncias e crianças de 4 e 5 anos”, resultado de seu doutoramento, têm contribuído com a formação de professores de educação infantil das regiões oeste de Santa Catarina e sudoeste do Paraná com cursos, palestras e propostas formativas. Desde 2018, o grupo de pesquisa tem uma importante participação em ações extensionistas através de projetos de extensão voltados à formação continuada de professores. Atualmente o grupo desenvolve o projeto permanente “A primeira infância e a formação continuada de professores”, coordenado pelo Prof. Dr. Luiz Cesar Teixeira dos Santos, o qual desenvolve uma ação de formação continuada de professores, coordenadores pedagógicos e diretores dos Centros Municipais de Educação Infantil da região sudoeste do Paraná, a fim de contribuir com o desenvolvimento profissional dos participantes, proporcionar um processo de reflexão sobre as práticas pedagógicas e institucionais de cuidado e educação da criança pequena. Prevê encontros sistemáticos entre os professores da Unioeste e a Equipe Pedagógica das Secretarias Municipais de Educação para planejamento e avaliação das ações. Com o estabelecimento da parceria entre Unioeste e secretarias municipais de educação, o projeto intenciona qualificar os processos formativos na educação básica e na educação superior; bem como contribuir com o desenvolvimento profissional dos sujeitos envolvidos, desenvolvendo estratégias formativas que articulem a teoria e a prática na formação de professores. A metodologia de trabalho adotada caracteriza-se pela pesquisa/formação com leituras e estudos teóricos, atividades de reflexão/ação/reflexão envolvendo a prática pedagógica e a produção de memoriais de formação. Esse projeto têm significativa repercussão na rede municipal de Francisco Beltrão/Pr, pois marcou o estabelecimento de uma parceria entre a Unioeste e a SMEC/FB, possibilitando o trabalho conjunto voltado à formação inicial e continuada de professores da rede e a elaboração dos Projetos Político-Pedagógicos das instituições de Educação Infantil, bem como apoio e subsídios para o planejamento e avaliação na educação infantil e às coordenações pedagógicas. Além disso, teve repercussão na região, desdobrando-se na atuação dos professores do grupo de pesquisa em ações de formação continuada em diversos municípios de abrangência da universidade. Ainda nas atividades de extensão, a Profª. Drª. Margarette Matesco Rocha atua no curso “Formação Continuada sobre Atendimento Educacional Especializado (AEE) no Ensino Superior”, numa ação fundamental para estabelecer o AEE um ambiente frutífero ao atendimento às demandas postas à Unioeste, bem como aos acadêmicos com deficiência/necessidades educacionais especiais. Na graduação, o crescente número de acadêmicos que apresentam demandas de apoio pedagógico em sala e extraclasse de aula é significativo, refletindo no aumento do número de profissionais para atuarem nesta seara. Entretanto, a ausência de concurso público, que impõe uma rotatividade constante destes profissionais e estagiários e a constante a necessidade de aperfeiçoamento dos trabalhos desenvolvidos pelo Programa de Educação Especial - PEE, objetivando a melhoria do AEE ofertado aos acadêmicos justificam a proposta de formação. A Profª. Drª Lisaura Maria Beltrame, desenvolve o projeto de extensão “Monitoria de apoio ao processo de aprendizagem dos estudantes e otimização do Ludobrinc no curso de Pedagogia” com o envolvimento direto de alunos da graduação. Nessa mesma direção, a Profª. Drª Eliana Maria Magnani, coordena o projeto de extensão “BRINQUEUNIOESTE”, a qual durante a realização de atividades de ensino e de pesquisa, identificou carências na formação lúdica de (futuros) professores/pedagogos e profissionais que atuam especialmente na área da infância e, em sintonia com as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira (2019),  propicia aos/as acadêmicos/as da Unioeste e demais interessados a troca de experiências/conhecimentos relacionadas/os ao atendimento prestado à infância em diferentes instituições, principalmente nas brinquedotecas de diversas áreas do conhecimento. Com estudos e atividades práticas desenvolve diversas atividades como oficinas de confecção de materiais, de jogos, de brinquedos e de realização de brincadeiras na brinquedoteca. Além dos projetos de pesquisa e extensão periodicamente desenvolvidos pelo grupo, seus integrantes possuem atuação na condição de coordenadores de área no PIBID, atuando junto às escolas e contribuindo para estreitar a parceria e a inserção da universidade no contexto da rede municipal de ensino. O GPECI, através de seus pesquisadores, possui estudos em desenvolvimento pelos mestrandos, os quais são professores e gestores da educação básica. Os estudos desenvolvidos situam-se nas práticas pedagógicas, formação de professores, políticas públicas, fundamentos teórico-metodológicos presentes nas instituições de educação básica, de forma qualitativa e quantitativa. Entendemos que as pesquisas de mestrado, bem como o crescimento dos membros do grupo de pesquisa (professores da educação básica, de outras instituições de ensino superior e doutorandos de outros programas), resulta das ações de pesquisa e extensão do GPECI. Assim, a relação entre ensino, pesquisa e extensão do grupo de pesquisa, intenciona ações futuras nesses eixos, problematizando a formação de professores da educação infantil através de estudos, propondo práticas, políticas públicas que tenham a criança como centralidade.

Palavras-chave: Educação. Infância. Formação de professores. Linguagem. Brincar. Educação Especial e Inclusiva.

Referências:

BRASIL, Resolução CNE/CES nº 7, de 18 de dezembro de 2018 - Estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação - PNE 2014-2024 e dá outras providências.

AMBROSETTI, Neusa Banhara e ALMEIDA, Patrícia Cristina Albieri de. A constituição da profissionalidade Docente: tornar-se professora de Educação Infantil. 30ª Reunião Nacional da Anped. Caxambu ANPED, Anais do evento... 2007.

LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa qualitativa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

OLIVEIRA-FORMOSINHO, Julia. O desenvolvimento profissional das educadoras de Infância: entre os saberes e os afectos, entre a sala e o mundo. In: MACHADO, Maria Lúcia de A. (org.). Encontros e Desencontros em Educação Infantil. São Paulo, Cortez, 2002.