PREVALÊNCIA E PERFIL DE RESISTÊNCIA EM BACTÉRIAS ISOLADAS DE LEITE MASTÍTICO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

  • Sarah Fernandes UFFS
  • Vitória Karolini Betim Fieldkircher Caus UFFS
  • Luciana Velasques UFFS
  • Dalila Moter Benvegnú
Palavras-chave: leite, vaca, alimento

Resumo

Introdução: A mastite bovina é um dos principais problemas que afetam a bovinocultura leiteira. Bactérias envolvidas no processo inflamatório podem estar presentes no úbere do animal ou terem origem ambiental, como a mão do ordenhador e materiais utilizados na ordenha. Os patógenos mais encontrados são Staphylococcus spp. Streptococcus spp. e coliformes. No tratamento são comumentes usados antibióticos, que são essenciais para manter a saúde dos rebanhos, porém, com o desenvolvimento da resistência bacteriana algumas classes de antibióticos têm se tornado ineficazes. A disseminação desses genes de resistência no ambiente e em produtos de origem láctea ameaça a sanidade animal e humana. Objetivo:Avaliar a prevalência e perfil de resistência de bactérias isoladas de leite mastítico através de revisão sistemática da literatura. Materiais e Métodos: Neste estudo foi realizada uma revisão de literatura, na qual foram analisadas pesquisas publicadas das bases de dados: Google Scholar, CAPES, Scopus, Scielo e Science Direct com as seguintes palavras chaves: Prevalence, mastitis-causing, bacteria e bovine, publicadas entre 2014 e 2023. Após anáise foram selecionados trabalhos que continham a identificação da espécie encontrada e perfil de sensibilidade a antimicrobianos, principalmente, através de antibiograma. No que diz respieto às bactérias encontradas, 75% (24) dos estudos isolaram Staphylococcusspp., 31% (10) Streptococcus spp. e 21% (7) Escherichia coli. As espécies de Staphylococcus isoladas foram S. aureus e Staphylococcus coagulase negativa. S. aureus apresentou resistência a classe de Beta Lactâmicos (Nº23) com maior resistência a penicilina (11) seguido por ampicilina (5), amoxicilina (4) e cefalosporinas (3); para as demais classes houve resistência a tetraciclinas 

(7), aminoglicosídeos (estreptomicina) (4), sulfonamides (4), lincosamidas e macrolídeos (1). Staphylococcus coagulase negativa apresentou maior resistência Penicilina e maior suscetibilidade a gentamicina. Dos estudos que avaliaram a suscetibilidade de S. aureus em 91% a cepa apresentou susceptibilidade à gentamicina, 72% a quinolonas (enrofloxacina, norfloxacina e ciprofloxacina), 27% a tetraciclinas e sulfonamidas e menores porcentagem a outras classes. Os Streptococcus isolados foram Strep. Agalactiae (6), Step. Uberis (3), Strep. Dysgalactiae (3) que apresentaram resistência a tetraciclina e oxitetraciclina (5), estreptomicina (4), penicilina (2) e menor resistência a outras classes. A maior susceptibilidade de Streptococcus spp. foi a gentamicina (5), tetraciclina (4), penicilina (3), eritromicina (3), enrofloxacina (3), amoxicilina (3), sulfametoxazol-trimetoprima (3) senod menores as suscetibilidades as demais classes. Conclusão: Das cepas encontradas Staphylococcus spp. têm sido mais frequentemente isoladas do leite mastítico. As maiores resistências foram a penicilina pertencente a classe de Beta Lactâmicos e em menores proporções as demais classes. O antibiótico com maior efeito nas espécies microbianas foi a gentamicina. Com o aumento da resistência a antimicrobianos sugere-se que antibióticos como esse sejam usados com cautela a fim de evitar a disseminação de genes de resistência e pôr em risco a saúde humana e animal, além disso, a busca por alternativas como o uso de plantas medicinais pode contribuir para eliminação dos microrganismos impedindo o desenvolvimento de resistência.

 

Publicado
04-12-2023
Seção
Nutrição em Saúde Coletiva e Epidemiologia