SER PROFESSOR NO CONTEXTO DE PANDEMIA DE COVID-19

Abstract

Este trabalho apresenta os resultados parciais da pesquisa em nível de doutoramento vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó/SC e tem como tema o discurso dos sujeitos-professores de língua portuguesa no contexto de pandemia de Covid-19. Teoricamente, pautamo-nos em uma abordagem predominantemente vinda da Análise de Discurso Franco-Brasileira (Pêcheux, 2007, 2014 e 2016) em aproximação/interface com a perspectiva discursivo-desconstrutivista (Coracini, 2003 e 2007). Nosso objetivo principal é analisar se a experiência de ensino remoto emergencial provocou deslocamentos nos modos de subjetivação dos sujeitos-professores, implicando (ou não) a constituição de novos processos identificatórios de ser-professor. Metodologicamente, o arquivo, foi constituído com entrevistas semiestruturadas realizadas com dez sujeitos-professores. Como resultado parcial, nossos gestos de interpretação apontam o estranhamento, como um efeito decorrente do súbito e do inesperado, provocado pelo ensino remoto emergencial em confronto ao ensino presencial; a angústia, como um afeto que se manifestou via corpolinguagem, tecendo questionamentos e incertezas sobre o fazer docente; e o desejo, como um efeito do afeto da angústia, que mobilizou o sujeito-professor a se deslocar da posição de sujeito do conhecimento para sujeito da aprendizagem. Dentre nossas considerações, vislumbramos que os efeitos e os afetos experienciados por esses sujeitos provocaram deslocamentos nos modos de subjetivação de ser professor e ao propormos um olhar discursivo sobre a docência pandêmica, buscamos compreender e interpretar o que essa experiência nos mostra sobre aspectos que podemos avançar para pensar a formação de professores, em especial, a formação inicial.