O DESENHO COMO MEDIADOR DO LÚDICO E HUMANIZAÇÃO NO PROCESSO DE HOSPITALIZAÇÃO PEDIÁTRICA.
Abstract
Objetiva-se refletir sobre o uso do desenho como mediador das ações lúdicas no contexto hospitalar, aliado aos cuidados de saúde materno infantil. Trata-se de um relato de experiência de ações programáticas realizadas por meio do Programa Extensionista “Enferma-Ria: a palhaçaria como ferramenta na promoção da saúde materno-infantil”, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó e à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), campus São Miguel do Oeste. As ações são realizadas, semanalmente, com duração de três horas. A palhaçaria constitui-se em uma ferramenta estratégica utilizada por educandos do Curso de Graduação em Enfermagem e Medicina para promover a saúde materno-infantil, no Hospital da Criança Augusta Muller Bohner (Chapecó/SC). As intervenções individuais ou coletivas com as crianças e acompanhantes viabilizam a colaboração ativa e expressão das individualidades dos participantes. A partir disso, o desenho como mediador do lúdico no ambiente de cuidado obteve respostas positivas no que diz respeito a interação entre os sujeitos atuantes no processo de hospitalização (criança/acompanhante/acadêmicos/equipe de saúde). Os traçados podem sincronizar-se como incógnita do ser psíquico e da identidade infantil com a situação a qual está inserida, que pode ampliar a visão multiprofissional, para dizeres silenciados por voz e ligeiramente expressados pela arte. A produção do desenho representou uma atividade terapêutica de auto expressão e personificação de fácil aplicabilidade no plano de cuidados da criança. No ambiente hospitalar a técnica foi mediada pelo personagem palhaço, sendo que as crianças, bem como seus acompanhantes, foram convidadas a participar da produção artística que teve como propósito representar o contexto de hospitalização atual. Para tanto, o cenário majoritariamente escolhido para a confecção do desenho foi o leito hospitalar em que a criança se encontrava. Uma avaliação positiva da atividade pôde ser notada por meio da participação ativa das crianças e acompanhantes e demonstração de interesse pela composição dos desenhos. Por conseguinte, prioriza-se considerar, nesse âmbito, que o desenho representou um importante instrumento terapêutico, pois interveio em aspectos que permeiam o enfrentamento da situação clínica, do relacionamento familiar, dos desejos e singularidades da criança, da minimização de fatores estressantes e que condicionam um estado de vulnerabilidade, além de garantir e manter o lúdico e a brincadeira inerentes ao espaço de cuidado e às medidas terapêuticas. Desta forma, o desenho compõe uma estratégia de cuidado que pode ser aplicada por meio da perspectiva de promoção, prevenção e recuperação da saúde de maneira criativa e diferenciada, viabilizando a prática da humanização no ambiente hospitalar e contribuindo para uma assistência voltada à integralidade da atenção à saúde materno-infantil.
Palavras-chave: Saúde Materno-Infantil; Desenho; Humanização.