Políticas linguísticas no Brasil, salas de aulas multilíngues, e as abordagens plurais como um caminho mais inclusivo: experiências práticas do Brasil
Resumo
A história do mundo é acompanhada de uma história de contatos linguísticos, seja pelo fato de que «há trinta vezes mais línguas que países» (Romaine 1995: 8)1 ou pelas migrações internas e externas. “As migrações fazem parte da rotina das populações e sociedades, sobretudo da época contemporânea”.(Altenhofen 2013: 34).Atualmente, os contatos linguísticos são pontecializados pela acentuação dos fluxo migratórios, e um dos domínios de marcada presença de contatos linguísticos são instituição educacionais, como escolas e universidades, colocando-se como um microcosmo da sociedade. Diante do exposto, e dos desafios e possibilidades que tal situação produz em contexto educacional objetivamos trazer um relato de experiência sobre observações e estratégias implementadas em aulas de Leitura e Produção Textual I (em português) com estudantes exclusivamente estrangeiros (de diferentes nacionalidades, falantes de diversas línguas, que não o português) pautados em uma Educação Plurilinguística. Observamos que o trabalho pautado nas ordagens plurais, parece “transbordar”, positivamente, nos processos de facilitação de aquisição da língua (intercompreensão e didática integrada). As abordagens plurais são uma ferramenta de instrumentalização do trabalho docente em contextos multilíngues. Trazemos, também, a percepção de como elas podem transbordar e contribuir para aspectos sociais, emocionais, e de aprendizagem não precisando ser, necessariamente aplicadas de maneira compartimentalizada, mas integradas, sem anular o riquíssimo trabalho que pode ser desenvolvido com cada uma delas de forma independente. Ou seja, elas exibilizam para que os docentes possam “afiar seus instrumentos” a partir de suas realidades linguísticas, pedagógicas e sociais.
