O LIVRO DIDÁTICO DE MATEMÁTICA NA ERA VARGAS
A COMISSÃO NACIONAL DO LIVRO DIDÁTICO E AS ARTICULAÇÕES DE PODER
Palavras-chave:
ensino de Matemática, Estado Novo, história da educação, mercado editorial, políticas públicas educacionaisResumo
O trabalho que apresento é constitutivo de minha pesquisa de Mestrado, a qual está em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH) da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Partindo do pressuposto de que as especificidades da abordagem matemática nos livros didáticos em diferentes períodos da História do Brasil constituem-se indicativos de aspectos que estabelecem conexões entre as dimensões dos processos educativos, compreendo que os livros didáticos de Matemática se mesclam à História da Educação, sobretudo à História da Educação Matemática, refletindo-a e testemunhando-a. À vista disso, este trabalho objetiva analisar e compreender as articulações entre poder e escolha dos livros didáticos de Matemática na Era Vargas. Em linhas gerais, a Comissão Nacional do Livro Didático (CNLD), criada por Getúlio Vargas na gestão de Gustavo Capanema como Ministro da Educação e Saúde, como símbolo de uma modernização conservadora, escancarou as contradições de um sistema que, ao mesmo tempo em que buscava centralizar e nacionalizar o ensino, perpetuava lógicas clientelistas, elitistas e autoritárias por meio de articulações de poder entre as esferas política, militar e educacional.
