RASTROS E ECOS MULTIESPÉCIES
USOS E PERCEPÇÕES DA FAUNA SILVESTRE NO OESTE CATARINENSE (1910-1970)
Palavras-chave:
RASTROS E ECOS MULTIESPÉCIESResumo
O estudo analisa as interações entre humanos e fauna silvestre no oeste catarinense entre 1910 e 1970, à luz da História Ambiental e dos estudos multiespécies. A partir da colonização republicana, práticas como a caça, o comércio de peles e a ocupação de territórios transformaram ecossistemas e reconfiguraram percepções humanas sobre os animais. Utilizando fontes memorialísticas, visuais, estatísticas (IBGE) e jurídicas, a pesquisa revela como indígenas, caboclos e colonos atribuíram sentidos diversos à fauna. O estudo destaca ainda a mudança de paradigma jurídico, do animal como “coisa sem dono” (1916) à “fauna silvestre” sob proteção estatal (1967), refletindo disputas por sentidos e valores atribuídos à natureza. A análise aponta para a urgência de descentralizar a narrativa histórica do humano, reconhecendo a agência dos animais como parte constitutiva do mundo social. A pesquisa contribui para a historiografia regional e para os debates contemporâneos sobre conservação, pedagogias interespécies e políticas públicas sensíveis às histórias compartilhadas entre humanos e outros seres vivos.
