QUAL O LUGAR DA MÃE NA UNIVERSIDADE?
Palavras-chave:
análise de discurso, mãe-universitária, subjetividadeResumo
A presente pesquisa tem como objetivo analisar efeitos de sentido acerca do ser “mãe-universitária” que emergem a partir do “falar de si” de alunas da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Chapecó (SC) e também da Universidade de Cádiz (UCA) na cidade de Cádiz (Espanha). O aporte teórico utilizado é o da Análise de Discurso (Pêcheux, 1975;Orlandi, 2015), que leva em consideração a opacidade da língua, entendendo que sujeito e sentidos se constroem mutuamente implicados pelo atravessamento ideológico, pela historicidade, pela memória, produzindo efeitos de sentido, que são deslizantes. Sendo assim, nos instigamos a pensar a constituição do sujeito mãe-universitária, entendendo que o sujeito se constitui e se significa pela ideologia, e esse processo estruturante da significação, carrega consigo alguns sentidos estabilizados acerca do que é ser mãe e ser universitária. Tais sentidos são, em certa maneira, estáveis, e podem se contrapor em alguns momentos e se entrelaçar em outros, criando distintas formas de significar. Para isso propomos entrevistar mães-universitárias alunas da graduação da UFFS campus Chapecó e da UCA campus Cádiz, que possuam filhos na primeira infância. Tendo em vista que, ao falar de si o sujeito não apenas se descreve, mas possibilita a compreensão de que, sentidos fluidos, imprevisíveis e incontroláveis irrompem em seu dizer (Eckert-Hoff, 2004), nos permitindo gestos de leitura acerca da posição mãe-universitária. Esta pesquisa além de oferecer um espaço de escuta discursiva para as estudantes-mães da UFFS e da UCA, também gera a possibilidade das universidades repensarem suas práticas no que tange esses sujeitos que também ocupam o âmbito acadêmico.
