EXERCÍCIO FÍSICO E O SISTEMA PURINÉRGICO COMO REGULADORES DA INFLAMAÇÃO SISTÊMICA NA DOENÇA RENAL CRÔNICA

Autores

  • Lilian Baseggio Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó
  • Isabela Berton Wissmann
  • Renata Cristina Daniel Coelho
  • Andreia Machado Cardoso

Palavras-chave:

Doença Renal Crônica, Sistema Purinérgico, Exercício Físico

Resumo

A Doença Renal Crônica (DRC) é um grave problema de saúde pública global, caracterizado por alterações irreversíveis na função e estrutura dos rins, cuja prevalência é estimada em 10% da população (Sundström et al, 2022). A inflamação sistêmica crônica é uma marca distintiva da DRC, evidenciada pela redução de mediadores anti-inflamatórios, comprometendo a homeostase renal e contribuindo para desfechos adversos (Roshanravan et al, 2017). Nesse cenário, a inatividade física agrava o quadro, enquanto o exercício físico surge como uma intervenção terapêutica não farmacológica. (Villanego et al, 2020).

A problemática de pesquisa reside na compreensão aprofundada dos mecanismos pelos quais o exercício físico atua na inflamação da DRC, especialmente no que tange à sinalização purinérgica. Este sistema, que envolve a ação de nucleotídeos e nucleosídeos, como adenosina trifosfato (ATP) e adenosina (ADO), através de receptores específicos (P1 e P2), é crucial na regulação de processos inflamatórios, imunes e vasculares (Burnstock, 2017). Em condições patológicas como a DRC, a liberação de ATP atua como um sinal de dano, ativando respostas inflamatórias, enquanto a adenosina frequentemente exerce efeitos anti-inflamatórios. Evidências sugerem que o exercício físico pode alterar os níveis extracelulares desses mediadores, influenciando a inflamação e a progressão da doença renal (Costanti-Nascimento et al, 2023).

A justificativa deste trabalho baseia-se na urgência de se consolidar o conhecimento sobre estratégias eficazes para mitigar a inflamação na DRC, potencializando o impacto positivo do exercício físico. Compreender a interação entre o exercício, a sinalização purinérgica e as citocinas anti inflamatórias pode abrir novas perspectivas para intervenções clínicas mais precisas e personalizadas. A função social deste estudo, portanto, é subsidiar profissionais de saúde com evidências robustas que aprimorem a prescrição de exercícios para pacientes com DRC, visando a melhoria da qualidade de vida, a redução de complicações e o controle da progressão da doença, contribuindo diretamente para a saúde e bem-estar dessa população.

Diante desse contexto, o objetivo do presente estudo é revisar a literatura científica atual sobre o papel do exercício físico na modulação da sinalização purinérgica e do perfil de citocinas anti inflamatórias em pacientes com DRC. 

Biografia do Autor

  • Lilian Baseggio, Universidade Federal da Fronteira Sul Chapecó

    Acadêmica do curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó. Voluntária do projeto de pesquisa "Características dos Partos em Hospital de Referência de Chapecó-SC". Monitora bolsista de genética e embriologia para os cursos de Enfermagem e Medicina da UFFS. Presidente da Liga Acadêmica de Saúde da Mulher (LASAM - UFFS). Vinculada ao grupo de estudos Políticas Públicas e Gestão em Saúde (PPGS).


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Publicado

24-11-2025