DESIGUALDADES E POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE PARA A POPULAÇÃO RURAL
ESTUDO DE QUATRO MUNICÍPIOS BRASILEIROS
Palavras-chave:
Política Pública, População Rural, Desigualdades de SaúdeResumo
Desde a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), o acesso aos serviços de saúde no Brasil tem avançado gradualmente, buscando melhorar a qualidade de vida da população. No entanto, persistem desigualdades territoriais, com serviços mais concentrados nas áreas urbanas, o que dificulta o monitoramento e a atenção à saúde da população rural, especialmente diante das condições precárias de renda, moradia e saneamento. Atualmente, apenas 12,59% dos brasileiros vivem na zona rural, que recebe investimentos insuficientes em saúde, comprometendo a identificação precisa do quadro epidemiológico e o tratamento de diversas doenças (Arruda et al., 2018; IBGE, 2022).
Apesar da acelerada urbanização nas últimas décadas, milhões de pessoas ainda residem no meio rural, enfrentando desigualdades estruturais que limitam o acesso universal à saúde. Historicamente, antes da Revolução Verde e da mecanização agrícola, a população rural apresentava altos índices de mortalidade infantil e baixa cobertura em práticas de saúde. Com o êxodo rural e o desenvolvimento urbano, houve melhorias significativas nos serviços de saúde nas cidades, mas as ações voltadas ao campo ainda são insuficientes, perpetuando o desequilíbrio no cuidado entre os meios urbano e rural (Garnelo et al., 2018; Magalhães et al., 2022).
Nesse contexto, políticas como a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF) e a Estratégia Saúde da Família (ESF) buscam promover o acesso equitativo, considerando as especificidades culturais das comunidades rurais (Brasil, 2013). Este estudo tem como objetivo analisar a oferta de políticas públicas de saúde específicas para a população rural a partir dos Planos Municipais de Saúde de quatro municípios oriundos de diferentes regiões do país.
