AS TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO INCLUSIVO DE ESTUDANTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Autores

  • THAIS HALANA MIGLIORANÇA UNIVERSIDADE FEDERAL FRONTEIRA SUL

Palavras-chave:

Formação de Professores,Tecnologias Digitais na educação, Educação Inclusiva e Transtorno do Espectro Autista.

Resumo

Este artigo é parte da pesquisa de mestrado, vinculada ao Programa de Pós-Graduação Profissional em Educação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), que tem como tema "As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação no processo inclusivo de estudantes com Transtorno do Espectro Autista". Inserida na linha de pesquisa Processos Pedagógicos, Políticas e Gestão Educacional, a investigação tem como propósito identificar as contribuições das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC) para o processo de inclusão de estudantes diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A parte empírica da pesquisa foi realizada em uma escola privada da cidade de Erechim, no período de maio de 2025. A escolha do tema decorre da crescente demanda por práticas inclusivas no contexto educacional e do aumento significativo de diagnósticos de TEA nas escolas. O estudo busca explorar o potencial das TDIC como ferramentas que favoreçam a inclusão e o desenvolvimento cognitivo desses estudantes no ensino regular.

O foco da investigação foi compreender de que maneira as tecnologias digitais podem ser empregadas para personalizar os processos de ensino-aprendizagem, proporcionando maior engajamento e adequação às especificidades dos alunos com TEA. A relevância do estudo reside no reconhecimento de que, embora as políticas educacionais tenham avançado em termos de inclusão escolar, ainda persistem lacunas significativas na formação docente e na oferta de recursos pedagógicos adaptados para esse público.

A proposta fundamenta-se no pressuposto de que as TDIC podem não apenas mediar o processo de aprendizagem, mas também transformar as dinâmicas de interação e comunicação no ambiente escolar, respeitando as singularidades do espectro autista. Nesse sentido, como reforçam Barbosa, Artoni e Felinto (2020, p. 664), “as tecnologias digitais podem desempenhar papel importante ao oferecer alternativas que favorecem a compreensão de informações e os processos de alfabetização de maneira simplificada e objetiva, devido às diversas possibilidades disponíveis”.

A metodologia adotada segue uma abordagem qualitativa, com o uso de pesquisa bibliográfica, documental e de campo. O objetivo é investigar o uso prático das TDIC por professores que atuam com estudantes com TEA. Como produto educacional resultante, prevê-se a elaboração de um Curso de Formação Continuada para Professores, visando qualificar as práticas pedagógicas direcionadas a esse público.

Nos objetivos específicos da pesquisa analisamos a formação dos professores que atuam com estudantes diagnosticados com TEA; identificamos os principais recursos tecnológicos e analógicos utilizados pelos docentes e como produto, iremos propor um curso de formação continuada voltado a esses profissionais.

A justificativa para o desenvolvimento deste estudo está ancorada na relevância social e acadêmica do tema, considerando que a inclusão de estudantes com TEA no ensino regular impõe desafios pedagógicos que exigem o desenvolvimento de novas abordagens e recursos educacionais. Parte-se da premissa de que, quando utilizadas de forma intencional e pedagógica, as TDIC podem ser eficientes aliadas na promoção da inclusão escolar, favorecendo o desenvolvimento pleno das potencialidades dos alunos.

No momento, os dados coletados encontram-se em fase de análise. As informações preliminares apontam que, embora as professoras participantes reconheçam o potencial das TDIC para a inclusão de estudantes com TEA, seu uso ainda é limitado, devido à falta de formação específica e à carência de infraestrutura adequada. Observa-se, contudo, uma disposição positiva para aprender e adotar esses recursos, desde que haja suporte técnico, pedagógico e investimentos em formação continuada. Essas percepções parciais reforçam a necessidade de ações futuras que incentivem o uso efetivo e qualificado das tecnologias digitais no contexto da educação inclusiva.

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Publicado

24-11-2025