DÉFICIT DE REPRESENTAÇÃO
DEPUTADOS NEGROS NO BRASIL MERIDIONAL
Palavras-chave:
DÉFICIT DE REPRESENTAÇÃO, DEPUTADOS NEGROS NO BRASIL MERIDIONALResumo
Este trabalho analisa a sub-representação de deputados estaduais e federais autodeclarados negros no Brasil Meridional a partir de uma perspectiva decolonial. Fundamentado nos aportes teóricos de Collins e Bilge (2021), Crenshaw (1989), Lugones (2008), hooks (2020), Mbembe (2016) e Quijano (2000), o estudo investiga como estruturas coloniais persistentes influenciam a exclusão política de pessoas negras, em especial de mulheres negras. A metodologia combina análise teórica com dados estatísticos do TSE (2022) e do IBGE (2023), cruzando variáveis de raça/cor e gênero. Os resultados revelam uma expressiva disparidade entre a composição racial da população e a representatividade legislativa: embora 26,8% da população meridional se autodeclare negra, apenas 13,7% dos eleitos pertencem a esse grupo; no caso das mulheres negras, o índice é de apenas 3,09%. A análise articula os conceitos de necropolítica e colonialidade do poder para evidenciar os mecanismos estruturais de exclusão racial na política brasileira. O capítulo organiza-se em três eixos: exclusão política interseccional, capital simbólico e branquitude como mecanismos institucionais de exclusão, e o papel das ações afirmativas na promoção da equidade racial.
