ANÁLISE DA EXPRESSÃO DOS GENES MTAP E CD73 COMO BIOMARCADORES TUMORAIS NA FORMAÇÃO DE ADENOSINA IMUNOSSUPRESSORA EM CÉLULAS DE CÂNCER DE BEXIGA

Autores

Palavras-chave:

MTAP, CD73, Biomarcadores

Resumo

O câncer pode ser considerado uma doença de causas multifatoriais, onde as condições que favorecem o seu desenvolvimento incluem adaptações na expressão de genes e fatores de transcrição que refletem na transformação de um microambiente tumoral imunossupressor (Augustin, R.C. et al., 2022). O gene da metiltioadenosina fosforilase (MTAP) e ecto-5’-nucleotidase (CD73) são reconhecidos como biomarcadores tumorais em diferentes tipos de cânceres, incluindo o de bexiga, estando relacionados à formação de adenosina imunossupressora intra e extracelular, respectivamente (Barekatain, Y. et al., 2021). O MTAP encontra-se relacionado à formação de adenina e salvamento da metionina, resultando como produto a adenosina intracelular (de Oliveira SF. et al., 2016).  Já o CD73 faz parte da via de hidrólise de purinas extracelulares (sinalização purinérgica) que juntamente com outros grupos enzimáticos pertencentes a esta via (CD39) atuam hidrolisando ATP, ADP e, este por ação de CD73, AMP, resultando como produto a adenosina (ADO) extracelular (Di Virgilio F. et al., 2018).  A ADO gerada dentro da célula tumoral por ação de MTAP pode ser lançada ao meio extracelular por proteínas transmembranares extrudoras de adenosina acumulando-se em associação à ADO gerada pela CD73 (Boison D. et al., 2019).  Sabe-se que no microambiente tumoral, o acúmulo de ADO é um fator predisponente à imunossupressão, uma vez que este nucleosídeo pode interagir com seu receptor específico A2A, um receptor também componente da sinalização purinérgica e que quando realiza uma associação agonista com seu ligante promove a anergia de células T, macrófagos e demais células imunes, inviabilizando o reconhecimento e ativação destas células a respostas imunes antitumorais. No câncer de bexiga, o quarto tipo de câncer mais comum entre o público masculino e com uma alta prevalência de morbimortalidade a associação dos genes expressos de MTAP e CD73 podem ser aplicados como importantes biomarcadores da progressão tumoral em células malignas uroteliais, além de serem alvos terapêuticos no tratamento por silenciamento da expressão gênica em tumores de bexiga e demais tipos de cânceres. Ainda, a concentração da ADO formada por ambos os mecanismos também pode ser um importante biomarcador para o direcionamento de terapias para a ativação de células imunes e reconhecimento de células tumorais aplicadas no tratamento imuno terapêutico contra o câncer. Aqui objetivamos descrever os mecanismos formadores de ADO relacionados à expressão de MTAP e CD73 como importantes biomarcadores da imunossupressão e progressão tumoral de células do epitélio transicional da bexiga. 

 

 

Biografia do Autor

  • Vandriel Pedone da Rosa, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Possui graduação - bacharelado - em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), especialização em Análises Clínicas e, atualmente, é mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Biomédicas, pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Campus Chapecó/SC

  • Margarete Dulce Bagatini, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Professora associada da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) desde 2011. Possui graduação em Farmácia - Análises Clínicas pela Universidade Federal de Santa Maria/UFSM (2006), mestrado (2008) e doutorado (2010) em Ciências Biológicas: Bioquímica Toxicológica pela mesma universidade. Coordenadora adjunta de pesquisa (2014) e coordenadora acadêmica (2015) do Campus Chapecó/UFFS, coordenadora adjunta do Programa de Pós-graduação em Ciências Biomédicas da UFFS (2018-2022), diretora de Pós-graduação da UFFS (2022-2023), líder do grupo de pesquisa: Estudos Biológicos e Clínicos em Patologias Humanas, professora orientadora dos programas de pós-graduação em Bioquímica pela UFSC, programa de pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela UFFS, além de membro do Comitê Assessor de Pesquisa da UFFS. Atualmente, conselheira do Clube Brasileiro de Purinas, eleita em 2024. Tem experiência nas seguintes linhas de pesquisa: estresse oxidativo, sistema purinérgico, compostos naturais e patologias humanas, sendo revisora de diversos periódicos internacionais e editora das revistas Journal of Immunology Research, Oxidative Medicine and Cellular Longevity, Current Neuropharmacology, Pharmaceuticals e Frontiers in Pharmacology.

  • Sarah Franco Vieira de Oliveira Maciel, Universidade Federal da Fronteira Sul

    Professora do Magistério Superior Classe A pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó. Ministra as disciplinas de Genética, Biologia Molecular e Embriologia para os cursos de Enfermagem e Medicina da UFFS Campus Chapecó. Coordenadora e docente permanente do Programa de Pós Graduação em Ciências Biomédicas (mestrado) da UFFS, atuando na linha de pesquisa Estresse Oxidativo, Inflamação e Sistema Purinérgico. Fez doutorado em Ciências Biológicas, área de concentração Genética, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Fez estágio de pesquisa (bolsista PDEE/CAPES) na área de farmacologia molecular no "Istituto di Ricerche Farmacologiche Mario Negri", em Milão, Itália. Fez mestrado em Ciências Biológicas, área de concentração Genética, pela UFPR. Fez graduação em Ciências Biológicas pela UFPR. Tem experiência nas áreas de Educação e Genética, Educação e Embriologia, Sinalização Purinérgica e Estresse Oxidativo, Metodologias ativas no ensino em saúde, com ênfase em genética humana, biologia molecular, embriologia e câncer.

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Publicado

24-11-2025