EFEITOS DA GABAPENTINA E DA DEXMEDETOMIDINA SOBRE INDICADORES COMPORTAMENTAIS DE ESTRESSE EM GATOS DOMÉSTICOS

Autores

  • Marina Marangoni UFFS
  • Ana Letícia Rodrigues Marques UFFS
  • Ademar Francisco Fagundes Meznerovvicz UFFS
  • Pamela Regina Pimenta Busato UFFS
  • Ana Luiza Castanho UFFS
  • Gabrielle Coelho Freitas UFSM
  • Tatiana Champion UFFS

Palavras-chave:

felinos, sedativos, interação medicamentosa, ansiolítico, tranquilização

Resumo

O estresse em gatos pode ser desencadeado por diversos fatores ambientais e sociais, incluindo mudanças na rotina, sons e odores desconhecidos. A visita a um ambiente clínico veterinário, por exemplo, representa uma situação potencialmente estressante, pois envolve exposição a novos estímulos sensoriais, separação do tutor e contenção física (Dybdall; Strasser; Katz, 2007).

O medo e a ansiedade são respostas adaptativas ao estresse, desempenhando um papel fundamental na sobrevivência da espécie. No entanto, quando intensas ou prolongadas, essas respostas podem comprometer o bem-estar do animal e dificultar sua manipulação (Bowen; Heath, 2005). Além dos fatores emocionais, condições médicas também podem impactar o comportamento felino, desencadeando comportamentos agressivos. (Overall et al., 2005).

Alguns pacientes podem demandar a contenção química, especialmente em situações que apresentam risco à segurança da equipe ou quando a duração do procedimento pode intensificar o estresse do paciente. O uso de fármacos ansiolíticos e sedativos tem sido estudado como estratégia para minimizar o desconforto desses animais e facilitar sua manipulação. Entre as opções farmacológicas, a gabapentina e a dexmedetomidina são amplamente estudadas e utilizadas para controle do estresse em gatos (Van Haaften et al., 2017).

A gabapentina, quando administrada via oral, demonstrou ser eficaz na redução da ansiedade e na promoção da sedação leve, o que facilita a manipulação do animal em ambientes veterinários. Seu efeito ansiolítico é particularmente útil em situações de estresse causado pela visita ao veterinário, ajudando a reduzir o medo e a agressividade, sem causar sedação excessiva, o que permite que o gato se mantenha mais colaborativo durante os procedimentos (Van Haaften et al., 2017).

Por outro lado, a dexmedetomidina tem se mostrado eficiente na sedação e no controle do estresse em gatos. Como agonista dos receptores α-2 adrenérgicos, promove sedação profunda e efeito ansiolítico, o que facilita a manipulação do paciente e reduz significativamente a resposta de estresse. Além disso, sua administração apresenta a vantagem ser reversível por meio de antagonistas específicos, permitindo o controle preciso da sedação quando necessário (Santos et al., 2010).

Dados sobre a associação entre dexmedetomidina e gabapentina ainda são limitados. Este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos da dexmedetomidina e da gabapentina sobre os níveis de estresse em gatos saudáveis, visando à otimização dos protocolos anestésicos e ao melhor controle do estresse durante procedimentos clínicos.

 

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Publicado

24-11-2025