EDUCAÇÃO AMBIENTAL, COLONIALIDADE E LIVROS DIDÁTICOS
ANÁLISE DE LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO
Palavras-chave:
decolonialidade, Epistemologias do Sul, meio ambiente, políticas públicas educacionaisResumo
O objetivo deste trabalho é averiguar de que forma as pesquisas desenvolvidas na pós-graduação stricto sensu no Brasil têm articulado Educação Ambiental e livro didático. Com fundamentação teórica nas Epistemologias do Sul, apresentamos um olhar atento a tal temática, considerando as conexões entre as políticas públicas as quais impactam na edição dos livros didáticos, quais sejam, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD). Metodologicamente, recorremos a um levantamento bibliográfico realizado na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), utilizando os descritores Educação Ambiental e Livro Didático. O estudo viabilizou inferir que as pesquisas produzidas nos cursos de mestrado e doutorado no Brasil, oriundas das instituições cadastradas na BDTD, após a homologação da BNCC (2018), dizem sobre as articulações entre a Educação Ambiental e o livro didático de modo majoritariamente superficial e acrítico na medida em que desconsideram as suas especificidades, as quais o categorizam como um objeto cultural, editorial, mercadológico e pedagógico, bem como negligenciam as apropriações do campo que são feitas pelo neoliberalismo – facetas essas que não são mencionadas na generalidade das pesquisas analisadas. Por fim, as discussões em torno da Educação Ambiental, no que se refere à maioria dos trabalhos mapeados, não abrangem problematizações que permitam relacionar o colonialismo e a colonialidade à degradação do meio ambiente. Assim, emerge a necessidade da realização de pesquisas que olhem para tal temática à luz das lentes críticas, sensíveis e decoloniais das Epistemologias do Sul.
