TRAIR O PATRIARCADO
O CADERNO DE MEMÓRIAS COLONIAIS, DE ISABELA FIGUEIREDO
Palavras-chave:
colonialidade, interseccionalidade, literatura, Moçambique, violênciaResumo
Por meio de uma postura crítica ao silenciamento promovido pela colonialidade e de acordo com as contribuições teóricas de autoras como Angela Davis, bell hooks e Lélia Gonzalez, o objetivo do trabalho é analisar, a partir das categorias gênero, raça e classe, a literatura testemunhal de Isabela Figueiredo, no livro Caderno de memórias coloniais, em que a escritora interpela o passado português em Moçambique. Assim, com base em uma leitura interseccional, a pesquisa debate as diferentes relações de poder a partir das quais os sujeitos experimentaram desigualdades mediante hierarquias culturalmente fabricadas. Dessa forma, o texto aborda, enquanto constituintes do poder masculino, branco e capitalista, aspectos como a busca por assediar, estuprar e reificar as mulheres negras; a limitação da sexualidade das mulheres brancas; e o controle dos homens negros nos âmbitos sexual e trabalhista.
