ENFERMEIROS PARA QUEM? A CONTRADIÇÃO ENTRE O SUS CONSTITUCIONAL E A FORMAÇÃO ACADÊMICA

Autores

  • ENF. ESP. CRISTIAN HENRIQUE CANDIDO DA SILVA UFFS / CHAPECÓ-SC
  • DR. CLÁUDIO CLAUDINO DA SILVA FILHO UFFS / CHAPECÓ-SC
  • DRª JÚLIA VALÉRIA DE OLIVEIRA VARGAS BITENCOURT UFFS / CHAPECÓ-SC

Palavras-chave:

Formação em Enfermagem, Sistema Único de Saúde, Formação Política, Participação Social.

Resumo

A formação dos profissionais de Enfermagem no Brasil, embora orientada por diretrizes curriculares que preconizam um perfil crítico, ético e humanista, ainda demonstra descompassos em relação às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Este estudo, de natureza qualitativa, reflexiva e fundamentado em análise documental, examinou dispositivos legais como a Constituição Federal de 1988, as Leis nº 8.080/1990 e nº 8.142/1990, além das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) da Enfermagem. A análise, conduzida à luz do método hermenêutico-dialético, evidenciou que, embora o marco normativo do SUS proponha uma atenção à saúde centrada na integralidade, equidade e participação social, os currículos e práticas formativas ainda estão pautados em um modelo biomédico, tecnicista e despolitizado. Identificou-se a carência de experiências pedagógicas voltadas à formação crítica, à inserção territorial e à atuação cidadã, limitando o enfermeiro a um papel assistencialista e afastado das dimensões estruturais do cuidado. Conclui-se que a superação dessa lacuna requer mudanças estruturais nos projetos pedagógicos, formação docente crítica e articulação entre ensino, serviço e controle social, de modo a formar enfermeiros comprometidos com a transformação social e com os princípios do SUS.

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Publicado

24-11-2025