TERMOS FICCIONAIS NA LINGUAGEM
SEMÂNTICA E REALIDADE
Palavras-chave:
termo ficcionais, referência, filosofia da linguagem, filosofia da ficçãoResumo
Este trabalho investiga o status semântico e ontológico dos nomes ficcionais a partir de debates contemporâneos na filosofia da linguagem e da ficção, sustentando que uma compreensão adequada da linguagem requer uma articulação rigorosa entre semântica, ontologia e intencionalidade humana. Partimos da observação de que nomes como “Sherlock Holmes” e “Harry Potter” são utilizados na linguagem comum com naturalidade em sentenças significativas e, aparentemente, verdadeiras. Contudo, seu uso levanta questões importantes: a que tais nomes se referem, se é que se referem a algo? E que tipo de entidade são os personagens ficcionais? Para enfrentar essas questões, analisamos inicialmente as principais teorias semânticas sobre nomes próprios, o descritivismo e a teoria da referência direta, destacando suas dificuldades para lidar com termos ficcionais. Em seguida, recorremos à distinção entre proferimentos ficcionais, metaficcionais e paraficcionais, conforme proposta por Recanati, como ferramenta conceitual para diferenciar os múltiplos usos dos nomes ficcionais. Com base nisso, examinamos diferentes respostas à pergunta ontológica sobre a existência de personagens ficcionais, contrastando abordagens irrealistas, como a de Mark Sainsbury, com propostas realistas, como a Metafísica Meinongiana Modal de Francesco Berto, o Artefatualismo Ficcional de Amie Thomasson e a teoria de personagens como ideias proposta por Everett e Schroeder. Por fim, discutimos as implicações pragmáticas e epistêmicas dos proferimentos sobre ficção, e os modos pelos quais sentenças com nomes ficcionais podem ser avaliadas quanto à sua veracidade.
