A METÁFORA DA NEBLINA EM GRANDE SERTÃO

VEREDAS

Autores

  • Beatriz Simone Cavalheiro UFFS
  • Valdir Prigol

Palavras-chave:

Literatura, Metáfora, Neblina, Grande Sertão: Veredas, Diadorim

Resumo

Esta pesquisa analisa a metáfora da neblina na obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, através de uma concepção de leitura que compreende o sentido como relação entre sujeito e obra, conforme propõe Daniel Link. Observamos que a metáfora aparece inicialmente em um trecho que o personagem-narrador fala sobre Diadorim, que é um personagem cercado de mistérios: “Em Diadorim penso também, mas Diadorim é a minha neblina…” (Rosa, 2019, p. 25). A neblina desliza para outras situações da narrativa, como o questionamento sobre a existência do diabo, o sertão e sua intransponibilidade e a própria linguagem da narrativa. A pesquisa, portanto, propõe uma reflexão sobre a literatura a partir da relação entre o leitor e a obra, considerando que dessa relação nasce a metáfora, conforme os estudos de Michel Pêcheux, o qual argumenta que sentido das palavras não é fixo, mas sim flexível conforme o discurso em que está inserido. Portanto, observamos o deslocamento e deslizamento de sentido da palavra neblina em Grande Sertão: Veredas, e diferente do significado do dicionário, em nossa leitura se revela como algo que é intransparente, oculto e encoberto. Sendo assim, nosso estudo analisa como a metáfora da neblina aparece na obra de Guimarães Rosa conforme nossa relação de leitura e como ela se desloca pela narrativa.

 

 

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Publicado

24-11-2025