A FORMAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE NOS CURSOS DE NUTRIÇÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

Autores

  • Lidiane Lieseski Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Rozane Marcia Triches

Palavras-chave:

FORMAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE NOS CURSOS DE NUTRIÇÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

Resumo

As crises ambientais dadas pelas mudanças climáticas e pela finitude dos recursos naturais exprimem os limites planetários que se está ultrapassando nas últimas décadas. Pensar em Desenvolvimento Sustentável atualmente exige atentar para sua complexidade
multidimensional e nesse sentido, as dimensões ambientais e de saúde/nutrição estão no cerne dessas discussões. Neste sentido, um dos atores importantes nestas mudanças é a Universidade e a formação que tem sido proposta a um dos principais profissionais nesse enfrentamento – o nutricionista. O objetivo deste trabalho é analisar como são conformados os Cursos de Nutrição de Universidades Federais no que tange à formação
sobre alimentação e sustentabilidade de seus estudantes, considerando suas abordagens, bases de conhecimentos, construção de competências, lacunas e desafios. A pesquisa dvidiu-se em duas etapas: a primeira etapa analisou os PPCs dos 42 cursos de nutrição a partir de palavras chaves, buscando verificar atualizações do Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs), a existência de componentes curriculares (CCR) obrigatórios e optativos e ementas relacionados com a temática, verificar se existem menções desta temática nos referenciais epistemológicos e metodológicos e se há dados sobre a formação docente neste sentido, e averiguar como o curso possibilita a construção de competências para atuação destes profissionais, identificando o que descrevem sobre o perfil do egresso. Apenas um terço das IFES consideram a sustentabilidade na formação do nutricionista. Este número melhora quando se analisa os referenciais norteadores e presença de disciplinas no currículo, mas nem sempre é abordado de
forma prioritária. Soma-se a isso a parca parcela de docentes com formação sobre o tema. Isso demonstra a sua marginalização, mas com preocupação crescente verificada nos PPCs mais atuais, mostrando a necessidade de reformulações das bases epistemológicas da Ciência da Nutrição. A segunda etapa analisou por meio de entrevistas com as coordenadoras das cinco universidades mais aderentes à temática da sustentabilidade, como a configuração e organização dos PPCs e a visão que os depoentes têm sobre o assunto conformam as
competências necessárias para trabalhar com a sustentabilidade ambiental, além de analisar da ambientalização destes currículos, a partir da pesquisa, extensão e formação docente.
Observou-se que a temática está inserida de diversas formas dentro dos currículos, especialmente ligada às áreas de Alimentação Coletiva e Nutrição Social, porém o assunto ainda não possui tanta clareza quanto à sua definição, o que pode dificultar na construção de competências. Observou-se também que existem ações de pesquisa e extensão relacionadas à temática e que a inserção delas pode colaborar com a ambientalização curricular, porém a formação docente parece desfavorecida no quesito sustentabilidade. As principais conclusões
deste trabalho relacionam-se à necessidade de definição de um corpo de conhecimento sólido a partir da reformulação das diretrizes para inclusão da temática nos PPCs e de maiores formações aos docentes, para que possam auxiliar na construção de competências aos futuros profissionais nutricionistas para atuar em prol da sustentabilidade. 

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Publicado

24-11-2025