POTENCIAL DE ESPÉCIES DE COBERTURA NA DESPOLUIÇÃO DE SOLO CONTAMINADO COM HERBICIDAS

Resumo

A utilização de herbicidas é uma prática comum na agricultura visando o controle das plantas daninhas. No entanto, o uso frequente e indiscriminado desses produtos químicos tem ocasionado problemas ambientais, principalmente na contaminação do solo e recursos hídricos. O residual dos herbicidas pode afetar de forma negativa culturas semeadas em sucessão, a microbiota e a fertilidade do solo, além de representar um risco para a saúde humana e aos ecossistemas (Salomão et al., 2020).

            Entre os herbicidas mais utilizados nas lavouras do Brasil, encontra-se o diuron e o sulfentrazone. O diuron atua no controle de mono e dicotiledôneas, inibindo o Fotossistema II das plantas tratadas e sensíveis (Tandon et al., 2019). Ele é pouco lixiviável e apresenta elevada persistência na camada de 0 a 10 cm (Li et al., 2021). Já o sulfentrazone é um herbicida inibidor de protoporfirinogênio oxidase (PROTOX), utilizado nas culturas de café, cana-de-açúcar, citrus, eucalipto, soja e em áreas não agrícolas (AGROFIT, 2025). Esse herbicida apresenta longo efeito residual no solo, inviabilizando o cultivo de plantas sensíveis em sucessão à sua aplicação (Ferraço et al., 2019).

            Diante do impacto que a contaminação do solo pelos herbicidas pode ocasionar, alternativas de despoluição vem ganhando destaque, como é o caso da utilização da técnica de fitorremediação (Barroso et al., 2023), com uso de adubos verdes. Essas espécies são cultivas a fim de cobrir o solo e melhorar as características químicas, físicas e biológicas, além de apresentar potencial de extração de resíduos de herbicidas.

            Deste modo, objetivou-se com o trabalho avaliar o potencial de adubos verdes semeados no inverno para fitorremediação do solo tratado com os herbicidas diuron, sulfentrazone e diuron + sulfentrazone.