“ERA SEU SOLENE TESTAMENTO QUE TINHA MANDADO ESCREVER”

PRÁTICAS TESTAMENTÁRIAS E MORTUÁRIAS NA CAPITANIA DO RIO GRANDE (1767-1799)

Autores

  • Leanne Oliveira de Araújo Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
  • Jaisson Teixeira Lino

Palavras-chave:

Testamentos , Práticas mortuárias, Capitania do Rio Grande

Resumo

Este estudo tem por objetivo analisar as práticas testamentárias e mortuárias na Capitania do Rio Grande, entre 1767 e 1799, destacando a dupla preocupação dos colonos: a terrena, que envolvia a organização de bens, dívidas e heranças, e a mortuária, marcada pela religiosidade e a busca pela salvação. A pesquisa, ainda em desenvolvimento, justifica-se pela ausência de um estudo abrangente sobre a História da Morte nesta região. Assim, com base nos testamentos presentes no livro "Últimas Vontades" de Thiago Torres, nas Ordenações Portuguesa e nos manuais de bem morrer que circulavam na época, busca-se explorar as particularidades dos testadores, as mentalidades sobre a morte e o ato de deixar testamentos e, conjuntamente, por meio da associação entre vestígios escritos e materiais - as igrejas - entender como esses espaços faziam parte da vida e também da morte dessa Natal colonial. Por fim, embora a pesquisa ainda esteja em andamento, os resultados preliminares indicam a preocupação dos colonos em organizar tanto a vida terrena quanto a celestial, com uma transição na mentalidade da morte, que passa de "domada" para temida. Contudo, ainda havia a conservação de práticas antigas, como o sepultamento em igrejas, refletindo a proximidade com o sagrado e o mundano. Por fim, a pesquisa contribui para a História da Capitania do Rio Grande e a História da Morte, ressaltando a riqueza documental dos testamentos para análises futuras.

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Publicado

24-11-2025