CAMPESINATO NEGRO NA FRONTEIRA SUL
UMA ANÁLISE A PARTIR DAS COMUNIDADES QUILOMBOLAS DA MORMAÇA/RS E DA INVERNADA DOS NEGROS/SC
Palavras-chave:
campesinato negro, Mormaça/RS, Invernada dos Negros/SCResumo
A presente pesquisa se situa em um campo de pesquisa conhecido como pós-abolição pois analisa a trajetória de pessoas e comunidades negras urbanas e rurais no contexto pós-liberdade. Nas comunidades selecionadas como objeto para este estudo, observamos que o passado escravista é constantemente acionado e por isso também o uso deste termo.
A pesquisa se justifica pela necessidade de aprofundar os estudos sobre o pós-abolição onde, por muito tempo, a colonização teve maior foco nas pesquisas. Sendo a Universidade Federal da Fronteira Sul uma universidade pública, precisamos ampliar os debates e as pesquisas realizadas sobre os povoamentos negros na região, assim como os estudos indígenas. Afinal, na fronteira sul observamos que a ideia republicana de “branqueamento” da população trouxe grandes consequências para os negros, como a invisibilidade, mas ainda mais desafios aos camponeses negros. Diante disso, a presente proposta de pesquisa contribuirá para o debate sobre o tema e para a construção da história da região com um olhar sobre a diversidade.
Após mapeamento definimos pelo estudo sobre a Invernada dos Negros (Campos Novos/Abdon Batista) em Santa Catarina e a Mormaça (Sertão) no Rio Grande do Sul. A primeira tem a propriedade da terra a partir de um testamento datado de 1877, já a segunda se constitui a partir da posse.
A presente pesquisa tem, portanto, como objetivo geral analisar comunidades quilombolas rurais no contexto do pós-abolição com ênfase na formação, permanência, resistências e conflitos no desenvolvimento do campesinato negro na Fronteira Sul do Brasil (século XIX ao tempo presente). Para além disso, o estudo visa: conhecer a história e a trajetória negra nos territórios da Invernada dos Negros (SC) e Mormaça (RS); analisar as formas de produção, as características e os desafios do campesinato negro; observar as relações sociais e os processos de resistência e permanência; compreender os conflitos, especialmente agrários, vivenciados pelos camponeses negros; registrar a presença e a ação das camponesas negras; e mapear o patrimônio material e imaterial que reforcem o campesinato negro dessas comunidades.
