ESPACIALIDADE E ESPIRITUALIDADE
OS SABERES TRADICIONAIS KAINGANG
Palavras-chave:
contracartogrfia, geografia decolonial, xamanismo, Morro SantanaResumo
O presente trabalho versa sobre a territorialidade Kaingang exercida no Morro Santana, zona leste de Porto Alegre (RS), e relaciona o uso da medicina tradicional, espacialidade e resistência socioterritorial. A pesquisa está sendo desenvolvida em conjunto com a comunidade Gãh Ré, utilizando a pesquisa-militante e a contracartografia como bases metodológicas, com abordagem decolonial. O objetivo geral é compreender a conexão entre o xamanismo Kaingang e o espaço por eles habitado em meio às relações atuais de colonialidade.
A investigação passa pela observação de práticas ancestrais desenvolvidas pela liderança espiritual, considerando o uso das ervas medicinais associado à resistência cosmopolítica vinculada ao território, que está em disputa. Com o mapeamento colaborativo e entrevistas semiestruturadas, espera-se visualizar e visibilizar como a espacialidade indígena ali se conecta com os saberes ancestrais, mesmo que perpassados pela colonialidade.
Um dos resultados esperados para esta pesquisa é contribuir para o reconhecimento e legitimação da espacialidade indígena, reivindicada pelos Kaingang no Morro Santana. Além disso, o trabalho também pode movimentar a discussão sobre saúde comunitária e os limites das políticas públicas perante as especificidades socioculturais dos povos originários. Ainda em tempo, destaca-se o papel da geografia decolonial e da cartografia geográfica e crítica como instrumentos que visam fortalecer a trajetória para reconhecimento e valorização acerca dos saberes ancestrais.
