MODELOS NEUROCOMPUTACIONAIS COMO EXPLICAÇÃO CAUSAL À PERCEPÇÃO NOS ESCRITOS DE PATRICIA E PAUL CHURCHLAND (1986-1992)
Palavras-chave:
Percepção, Churchlands, NeurofilosofiaResumo
A despeito de obras precursoras, a Neurofilosofia teve seu início em 1986, com o livro “Neurophilosophy”, de Patricia Churchland. Nos seis anos que se seguiram desde o surgimento da Neurofilosofia, o casal Churchland adotou uma abordagem neurocomputacional para explicar a assim chamada “plasticidade da percepção”, ou seja, a noção de que a percepção é passível de mudança. Em particular, a ideia, já presente em “Neurophilosophy” e em alguns escritos de Paul, de que a Filosofia da Mente e as Neurociências devem vincular-se fundamentalmente com a Computação culminou em outros dois livros, “A Neurocomputational Perspective” (1989) e “The Computational Brain” (1992). Assim, surge a necessidade de compreensão não só da mútua influência entre as visões de Patricia e Paul Churchland, mas também se há alguma diferença entre elas. Em particular, focar-se-á no problema de como é possível realizar a explicação das causas (etiológica) de mudanças perceptuais por meio de modelos neurocomputacionais, segundo o casal. Ademais, observa-se uma harmonia entre escritos menores, em tamanho, e os livros mencionados, de tal modo a levar à conclusão de que, nos seus anos iniciais, a aurora da Neurofilosofia trouxe consigo, de modo incontestável, o conexionismo, entendido como sinônimo de redes neurais.
