AVALIAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS PRESENTES EM DIFERENTES GENÓTIPOS DE PITANGUEIRA

  • TAÍS REGINA ECCO CASASOLA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
  • JEAN DO PRADO
  • DORALICE LOBATO DE OLIVEIRA FISCHER
  • AMÉRICO WAGNER JÚNIOR
  • CLEVISON LUIZ GIACOBBO

Resumen

Espécies de frutas nativas da família Myrtaceae, como a Eugenia uniflora (L.), popularmente conhecida por pitangueira, são encontradas em pomares domésticos, mas ocupam um lugar de destaque nos ecossistemas naturais, sendo utilizadas em áreas de recuperação e preservação ambiental e servindo como alimento para a fauna local o que aumenta o interesse de pesquisa em relação ao seu valor nutricional e qualidade do fruto promovendo o setor de pesquisa e industrialização.

O objetivo com este trabalho foi verificar o potencial nutracêutico de diferentes genótipos de pitangueira quanto á tamanho e coloração dos frutos. O trabalho foi realizado no Laboratório de Fruticultura e Pós-Colheita da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Chapecó. Foram analisadas as características físico-químicas de oito genótipos de pitangueira, oriundas de plantas matrizes da região de Pelotas/RS. O experimento foi conduzido sob um Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC) com 8 tratamentos representados pelos genótipos (Gen 1, Gen 2, Gen 3, Gen 4, Gen 5, Gen 6, GenEsc 1, GenEsc 2) e 3 repetições para cada tratamento. As variáveis avaliadas foram: Açúcar Total (AT), Açúcar Redutor (AR), Compostos Fenólicos Totais (CF), Vitamina C (VC) e pH. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro Wilk. A análise de variância (ANOVA) foi utilizada para avaliar a influência dos diferentes genótipos no teor de compostos bioativos dos frutos. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade no software R.

Os frutos do genótipo (GenEsc 1) apresentaram melhores teores de vitamina C, açúcares totais e redutores em comparação com os demais genótipos analisados. Variações nas concentrações de vitamina C podem estar relacionadas a condições de armazenamento (MODESTO JUNIOR et al., 2016), além de características genéticas e fatores ambientais (LESTER, 2006), refletindo em diferenças, entre os genótipos analisados. Já em relação ao teor de compostos fenólicos, o genótipo (Gen 5) foi o que se destacou em comparação aos demais. Os compostos fenólicos são normalmente encontrados em folhas, sementes e frutos, em concentrações variadas com o órgão, com as cultivares e espécies (CHITARRA & CHITARRA, 2006). Os valores expressivos de compostos fenólicos totais observados sugerem as propriedades antioxidantes dos frutos de pitanga avaliados. Com relação ao pH, destaca-se o maior valor no genótipo (Gen 4: 3,83), os resultados de pH ácidos verificados, são semelhantes a outras pesquisas, como Vergara et al. (2016), com pH de 3,35. O pH desempenha importante função na industrialização e no processamento de alimentos e frutas. Os valores de açúcares nas frutas dependem do grau de maturação dos frutos e aumentam com o amadurecimento (CELLI, 2011). Dessa forma, os resultados obtidos podem indicar que os frutos de pitanga analisados diferiram de acordo com o genótipo. Os dados obtidos no presente trabalho indicam que todos os frutos dos genótipos de pitanga avaliados são fontes importantes de vitamina C, destacando-se o genótipo (GenEsc 1), que apresentou o maior conteúdo. Além disso, apresentam características físico-químicas adequadas para consumo tanto in natura quanto na forma processada, podendo a utilização desses frutos oferecer oportunidades para a indústria alimentícia.

Publicado
18-10-2022